Título:  ESTRESSE OCUPACIONAL NO ENSINO SUPERIOR: estudo com professores de uma universidade federal localizada no interior de Minas Gerais

 

Autor:   José Geraldo Pereira

 

Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO

Data da Defesa:  14/02/2019

 

RESUMO: Neste estudo, avaliaram-se o nível de estresse no trabalho de professores universitários e os fatores que a ele se relacionam. O objetivo geral foi descrever e analisar os níveis de estresse ocupacional e suas manifestações em docentes. O local, a Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG, está descrita e caracterizada no segundo capítulo desta pesquisa. A UFV conta com 1.324 professores. A população-alvo analisada totalizou uma amostra de 153 docentes, 79 do gênero masculino (51,6%) e 74 do gênero feminino (48,4%), tendo o maior percentual de docentes acima de 40 anos (56,2%). Desse total, 63,5% possuem um ou mais filhos, e 36,5% não os têm. Os dados obtidos quanto ao nível de estresse da amostra foram estudados à luz do referencial teórico, explanado no terceiro capítulo desta dissertação. Quanto à metodologia, quarto capítulo, elaborou-se um estudo de caso quantitativo, com característica descritivo-explicativa, utilizando questionário para coleta de dados. O instrumento foi configurado por escalas de frequência do tipo Likert, conforme modelo de estresse ocupacional de Cooper, Sloan e Williams (1988). Os resultados evidenciaram fatores de pressão ou estresse, leves a moderados para a maioria dos indicadores avaliados. Todos os fatores de pressão ocupacional foram moderados, destacando-se as variáveis estrutura e clima organizacional e relacionamento interpessoal, com as médias 2,77 e 2,49, respectivamente, sendo as mais altas. O teste de Friedman confirmou que estrutura e clima organizacional (PM=4,61) e relacionamento interpessoal (PM=3,89) são os fatores que mais pressionam os docentes, quando associados e comparados entre si. Indicadores de desenvolvimento na carreira indicaram situação de pressão moderada, exceto mudar de emprego para progredir na carreira, que foi ausente/leve. Não ser valorizado pelo trabalho executado (M=2,58), poucas e inadequadas oportunidades de treinamento e desenvolvimento (M=2,41) e oportunidades de desenvolvimento pessoal (M=2,30) foram expressivos. Pelo teste de Friedman, há maior impacto (p<0,01) dos sintomas mentais que dos físicos. Oito, dos 15 sintomas físicos avaliados, mostraram-se equitativamente em nível ausente/leve e os outros sete, em nível moderado, predominando em nível moderado a dor nos músculos do pescoço e dos ombros (3,12). Os sintomas mentais revelaram exercer pressão moderada, à exceção da sensação de pânico, em nível ausente/leve. O sintoma mental associado à ansiedade foi dos mais altos (3,29). A ansiedade e o nervosismo acentuado foram seguidos de angústia, irritabilidade e raiva. Entre indicadores de estratégias de combate ao estresse ocupacional, destacaram-se planejamento das atividades (M=3,96), gozo de férias regulares (M=3,75) e tentativa de resolver objetivamente a situação (M=3,63). Entre fatores de pressão e o gênero, não houve diferenças significativas. A relação entre fatores de pressão e faixa etária mostrou maior diferença quanto ao desenvolvimento na carreira, pois até 40 anos há maior pressão pela construção de uma carreira e pelo alcance de realização em relação aos com mais de 40 anos (p=0,002). Quanto a horas semanais de trabalho, houve diferença significativa apenas em relação à estrutura e clima organizacional (p<0,001). Para pressão no trabalho e sintomas físicos e mentais, encontrou-se relação linear e positiva de média a alta intensidade entre todas as dimensões.

 

Palavras-chave: Estresse Ocupacional. Docência. Universidade.

ABSTRAT: In this study, we evaluated the level of stress in the work of university teachers and the factors that relate to it. The general objective was to describe and analyze the levels of occupational stress and its manifestations in teachers. The site, the Universidade Federal de Viçosa – MG (UFV), is described and featured in the 2nd chapter. The UFV has 1,324 teachers. The target population analyzed included a sample of 153 teachers, 79 male (51.6%) and 74 female (48.4%), with the highest percentage of teachers over 40 years old (56.2%). Of the total, 63.5% have one or more children, and 36.5% do not. The data obtained, regarding the stress level of this sample, were studied in the light of the theoretical reference, explained in the third chapter of this dissertation. Regarding the methodology, 4th chapter, a quantitative case study was elaborated, with a descriptive-explanatory characteristic, using a questionnaire for data collection. The instrument was configured by Likert type frequency scales, according to Cooper, Sloan and Williams (1988) occupational stress model. The results evidenced pressure or stress factors, mild to moderate for most of the indicators evaluated. All of the occupational pressure factors were moderate, with emphasis on the variables structure and organizational climate and interpersonal relationship with the averages, 2.77 and 2.49, respectively, being the highest. The Friedman test confirmed that organizational structure and climate (PM = 4.61) and interpersonal relationship (PM = 3.89) are the factors that most pressure teachers when associated and compared to each other. Career development indicators indicated a moderate pressure situation, except changing jobs to progress in the career that was absent / light. Not being valued for the work performed (M = 2.58), few and inadequate opportunities for training and development (M = 2.41) and opportunities for personal development (M = 2.30) were expressive. By Friedman’s test, there is a greater impact (p <0.01) of mental symptoms than of physical ones. Eight of the fifteen physical symptoms evaluated were equally absent / mild and the other seven were moderate, with moderate pain in neck and shoulder muscles (3,12). Mental symptoms were reported to exert moderate pressure, with the exception of feeling of panic, at the absent / mild level. The mental symptom associated with anxiety was the highest (3,29). Anxiety and marked nervousness were followed by anguish, irritability, and anger. Among the indicators of strategies to combat occupational stress, they emphasized activity planning (M = 3.96), regular vacations (M = 3.75) and an attempt to resolve the situation objectively (M = 3.63). There were no significant differences between pressure factors and gender. The relationship between pressure factors and age group showed greater difference in career development, since up to 40 years of age there was greater pressure for the construction of a career and achievement of achievement over those with more than 40 years (p = 0.002). As for weekly work hours, there was a significant difference only in relation to the organizational structure and climate (p <0.001). For work pressure and physical and mental symptoms, there was a linear and positive relationship between medium and high intensity between all dimensions.

 

Keywords: Occupational stress. Teaching. University.

 

Área de Concentração: Organização e Estratégia

 

Linha de Pesquisa: Relações de Poder e Dinâmica das Organizações

 

Problema de Pesquisa: “Qual é o nível de estresse no trabalho de professores universitários e quais os fatores de pressão predominam em sua função?”

 

Banca Examinadora

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Honório

Prof. Dr. Wendel Alex Castro Silva– Docente

Prof. Dr. Jefferson Lopes La Falce – Participante Externo

 

BAIXAR ARQUIVO JOSÉ GERALDO PEREIRA