Mestrando(a): MARIA DO CARMO TEIXEIRA COSTA

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

O tema desta dissertação – Relações de poder entre docentes universitários – é considerado de difícil exploração e conta com poucas referências bibliográficas devido às sutilezas e obscuridade que o envolve. Buscou-se descrever e analisar como ocorrem as relações de poder e a sua interferência no cotidiano dos docentes que ministram aulas no curso de Administração, na Região de Belo Horizonte. A fundamentação teórica deste trabalho privilegia os autores Eugène Enriquez, Pierre Bourdieu, Michel Crozier, Michel Foucault, Jean-François Chanlat, José Henrique de Faria, Cristina Amélia Carvalho e Marcelo Milano Falcão Vieira dentre outros, que se destacam no assunto. A pesquisa foi realizada em Belo Horizonte, no mês de dezembro de 2007, para a qual foi adotada a abordagem qualitativa, em metodologia descritiva. Os sujeitos da pesquisa foram professores de cursos de Administração, que atuam em onze instituições de ensino superior privadas. A técnica de coleta de dados foi a entrevista estruturada e a forma de escolha dos entrevistados foi a indicação, com a aplicação da técnica da bola de neve. A análise dos dados foi orientada por matriz de análise temática consolidada no Núcleo de Relações e Tecnologias de Gestão – Nurteg, da Faculdade Novos Horizontes, possibilitando a identificação de doze subcategorias temáticas, destacadas pela percepção dos docentes entrevistados. Conclui-se a pesquisa com o atendimento aos objetivos e o reconhecimento das dificuldades impostas às possíveis alternativas de solução para o problema. Foram identificadas nove categorias das decorrências das relações de poder entre os docentes e constatados sentimentos angústia, ciúme e inveja, dentre outros, permeando as práticas de influência. Os resultados encontrados sugerem que coexistem no cotidiano do trabalho educativo sentimentos ambivalentes e contraditórios nas relações entre os docentes e que os mesmos experimentam impotência, fragilidade e inoperância funcional. As formas de influência se dão a partir das dissimulações, da explicitação da influência pessoal e profissional, das ações em benefício próprio, além da utilização da rede de relacionamentos. Essas redes, quando potencializadas, se transformam em força, dando suporte às intimidações e reivindicações, sobressaindo-se os jogos de interesses. Além disso, verificou-se que essas relações de poder entre pares interferem na organização do trabalho docente, sugerindo-se que sejam analisadas também com a finalidade de otimizar a gestão acadêmica. Esses resultados podem e devem ser apropriados para fins de estudo, em face ao desenvolvimento de novas reflexões e oportunidades de pesquisa.

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

Professores Drs. da Banca:

Fernando Coutinho Garcia, Kely César Martins de Paiva e Íris barbosa Goulart

Mestrando(a): MARIA DO CARMO TEIXEIRA COSTA

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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