Mestrando(a): ROSA MARIA BORGES CARDOSO DE SOUZA

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

A crescente entrada da mulher no mercado de trabalho imprime novos contornos às relações de gênero e de poder nas empresas. Esse fenômeno sinaliza para o movimento maior da instalação de um processo de empoderamento da mulher. A análise do empoderamento feminino e das relações de gênero pode ser iluminada por meio da apreensão do campo social em que essas relações se inserem e se manifestam. O empoderamento associa-se ao alcance de bem-estar e de reconhecimento das relações sociais, representando um desafio às relações patriarcais e à manutenção dos privilégios do gênero masculino. Consiste na tomada de consciência por parte da mulher de que possui habilidade e competência para produzir, criar, gerir e transformar sua própria vida e seu entorno, tornando-se protagonista de sua história. Neste trabalho, analisa-se a trajetória profissional de mulheres que exercem cargo de gerência na área de Tecnologia da Informação e o seu processo de empoderamento, refletindo nos aspectos que envolvem as relações de gênero e poder no espaço organizacional. Procedeu-se a uma pesquisa de campo, de caráter exploratório-descritivo, por meio de entrevistas em profundidade, com 12 mulheres-gerentes da área de TI em empresas situadas na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Os dados foram submetidos às técnicas de análise de conteúdo comumente usadas em pesquisas de natureza qualitativa. Os resultados apontaram que dois elementos da dimensão pessoal ? o forte sentimento de autoconfiança e a autopercepção das gerentes de suas competências técnicas ? podem ser considerados fundamentais para o empoderamento. Na análise da trajetória profissional e do acesso a cargos de gerência, verificou-se reforço das informantes em relação às exigências de formação acadêmica e qualificação técnica continuada, especialmente a experiência profissional e a expertise, como ?moedas fortes? nas relações de poder da área de TI. Na percepção das gerentes, esses quesitos configuram-se como pré-requisitos para a trajetória vertical e a permanência na área de TI. Observou-se que, ainda que não haja por parte das mulheres gerentes entrevistadas consciência de terem vivido um processo de empoderamento, há vestígios desse processo nos testemunhos de algumas delas. Pode-se perceber que alcançar a gerência ou um cargo elevado na pirâmide organizacional, algumas vezes, não significa empoderamento da mulher, apesar de isso ser considerado elemento positivo, na medida em que gera condições para que venha a ocorrer.

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

Professores Drs. da Banca:

Adriane Vieira, Ivan Beck Ckagnazaroff e Angelo Brigato Ésther

Mestrando(a): ROSA MARIA BORGES CARDOSO DE SOUZA

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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