Mestrando(a): HÉRCULES RODRIGUES DE OLIVEIRA

Orientador(a): FERNANDO COUTINHO GARCIA

As rápidas mudanças que vêm ocorrendo no cenário internacional, associadas à da globalização, têm motivado as instituições públicas e privadas a refletirem sobre vários pontos, notadamente aqueles que dizem respeito às questões culturais da sociedade e as suas respectivas organizações, conforme observadas por Barros e Prates (1996), Barros (2003) e Almeida (2007). Essa tendência vem despertando o interesse de diversos pesquisadores que se ocupam da prática de gestão de recursos humanos. Neste sentido, conhecer a cultura multifacetada brasileira, gerada desde o descobrimento, com o Brasil Colônia e a miscigenação do branco português, do índio e do negro, torna-se condição sine qua non para desvendar os critérios que norteiam a avaliação de desempenho individual em um órgão da administração pública federal direta, estudados por Brito et al. (2000), Brandão e Guimarães (2001), Odelius e Santos (2006) e Kalil (2008). Compreender e relacionar o que DaMatta (1983) denominou como estruturas históricas da cultura brasileira explica em parte o fenômeno que transita na avaliação de desempenho individual, vez que estas estruturas se tornaram em verdade, obstáculos à modernidade, pois a administração pública também está à procura de processos modernizantes para desenvolver ferramentas que busquem melhores índices de produtividade. Caso contrário, conforme explica Garcia (1978), as mudanças serão promovidas por decreto. Outro aspecto interessante é a característica hierarquizante da sociedade brasileira, com o rito autoritário contido na expressão conhecida você sabe com quem está falando?. É a partir de então que se formula a seguinte pergunta orientadora de pesquisa: Os atuais instrumentos de avaliação de desempenho individual do serviço público federal evidenciam os principais traços culturais da sociedade brasileira? Para responder, houve por bem, enquanto objetivo geral, analisar o processo da avaliação de desempenho individual em uma subcultura organizacional do serviço público federal, que foi previamente definida à luz de Luppi (1995), Srour (1998), Morgan (2002) e Johann (2004). Para este estudo utilizou-se o método da entrevista semi-estruturada, presente em Silvia e Menezes (2001), Vergara (2006) e Machado (2007). Procedeu-se à coleta de dados no universo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que foi estudada enquanto subcultura por Antunes (2002) e Zaverucha (2007). Na Abin, contou-se com a participação de um grupo de pesquisa composto por analistas e de auxiliares da carreira de inteligência lotados e em exercício nas cidades de Belo Horizonte/MG e Brasília/DF. O tratamento dos dados se deu à luz da Análise de Conteúdo, orientado por Franco (2005), em que foram analisados os diálogos das entrevistas, comparando-os com a literatura clássica que trata da gênese da cultura nacional, conforme se viu em Davel (1996), Faoro (2001), Freire (2005), Freyre (1998), Holanda (1976), Leal (1976), Motta (1996), Quintas (2005), Ribeiro (2007), etc. Isto posto, verificou-se que na gestão de desempenho do servidor público federal, quando está atrelada a sua respectiva avaliação individual, esta sofre influência das estruturas históricas que construíram o pensamento sociocultural brasileiro, desprezando aspectos sobre o julgamento ou diálogo, estudados por Souza (2003) ou sobre a igualdade e meritocracia, abordados em Barbosa (2006).

Orientador(a): FERNANDO COUTINHO GARCIA

Professores Drs. da Banca:

Diogo Henrique Helal e  Reynaldo Maia Muniz

Mestrando(a): HÉRCULES RODRIGUES DE OLIVEIRA

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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