Mestrando(a): ELENICE DE LOURDES CORRÊA

Orientador(a): WENDEL ALEX CASTRO SILVA

Os estudos que vêm sendo realizados no Brasil buscando analisar as relações entre a estrutura de propriedade e a criação de valor nas empresas de capital aberto ainda não apresentam um consenso nas conclusões. Essas empresas no contexto brasileiro têm como característica uma estrutura de propriedade concentrada com elevado controle, caso em que se considera provável que esses acionistas estejam sujeitos a maiores riscos também. Diante do exposto, procurou-se contemplar uma análise da estrutura de propriedade e controle em relação à criação de valor em conjunto com o risco, buscando captar reflexos da crise econômica de 2008 sobre a estrutura de propriedade das empresas e os demais indicadores utilizados no estudo. Nesse sentido, esse estudo teve como objetivo verificar se a estrutura de propriedade influencia na criação de valor e no risco das empresas de capital aberto listadas na Bovespa, analisando uma amostra formada por empresas que apresentaram liquidez anual superior a 0,001%, nos anos de 2005 a 2011. Os dados utilizados foram secundários coletados do sistema de informações Economática, do tipo série temporal e de corte (cross-section). O estudo teve caráter descritivo e abordagem quantitativa. Foram utilizados indicadores que caracterizam estrutura de propriedade, risco, desempenho e criação de valor. As características de controle foram o tamanho da empresa e a liquidez em bolsa. Este estudo compreende a evolução trimestral dos respectivos indicadores no período analisado. Os resultados apontaram uma tendência de queda nas concentrações de controle, de propriedade total e do segundo e terceiro maiores acionistas, em relação aos períodos observados, além de grande dispersão e tendência de queda na concentração de ações preferenciais do maior acionista. O EBITDA apresentou tendência de queda no período. O Lucro operacional em relação ao ativo total apresentou grande instabilidade e tendência de queda. O Q de Tobin demonstrou instabilidade e tendência de crescimento. O valor das empresas em relação ao ativo total teve resultados semelhantes, com leve tendência de crescimento. As medidas de controle, tamanho e liquidez, apresentaram tendência de crescimento. A partir das análises foi possível concluir que a estrutura de propriedade influencia a criação de valor para as empresas estudadas dentro do período avaliado. A estrutura de propriedade não apresentou influência significativa nas variáveis de desempenho. Foi encontrado que o desempenho influencia na criação de valor, sendo a associação significativa com o Q de Tobin. A estrutura de propriedade apresentou associação significativa com a estrutura de capital por meio da concentração de ações preferenciais. Assim, foi aceita a hipótese de que a estrutura de propriedade influencia o risco e que em estruturas mais dispersas o risco é menor. Os resultados obtidos demonstraram ainda que o risco influencia significativamente na criação de valor por meio da estrutura de capital associada significativamente com o Q de Tobin. As variações, tendências e características das medidas de desempenho, risco e criação de valor, observadas nos períodos próximos ao da ocorrência da crise, são indícios de que esses indicadores tenham sido afetados pela crise global de 2008.

Orientador(a): WENDEL ALEX CASTRO SILVA

Professores Drs. da Banca:

Prof. Dr. Wendel Alex Castro Silva

ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)

Prof. Dr. Alfredo Alves de Oliveira Melo

Faculdade Novos Horizontes

Prof. Dr. José Antônio de Sousa Neto

Faculdade Pedro Leopoldo

Linha de Pesquisa: Tecnologia de gestão e competitividade

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