Mestrando(a): ERIKA AZEVEDO
Orientador(a): Prof. Dr. Luciano Zille Pereira
Esta pesquisa tem por objetivo investigar e analisar o estresse no trabalho das gestoras de organizações privadas do sul do estado de Minas Gerais. Buscou-se identificar os principais fatores relacionados a: níveis de estresse ocupacional, fatores relacionados a tensão excessiva no trabalho, principais sintomas, indicadores de impacto no trabalho e os mecanismos de regulação. Utilizou-se como referência o Modelo Teórico Explicativo do Estresse Ocupacional em Gerentes (MTEG), desenvolvido e validado por Zille (2005), adaptado para este estudo. A pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa e qualitativa, utilizou um questionário aderente ao MTEG e entrevistas individuais semiestruturadas. A amostra contou 90 gestoras da alta gerência, da gerência intermediária e da supervisão operacional. O tratamento dos dados quantitativos foi realizado por meio de análises uni e bivariada, de natureza descritiva, exploratória e de frequência. Os resultados mostraram que 90% das gestoras têm quadros de estresse, sendo 60% estresse leve/moderado, 26,7% estresse intenso e 3,3% estresse muito intenso. Fadiga, ansiedade, nervosismo, dor nos músculos do pescoço e ombros e perda e/ou oscilação do senso de humor foram os sintomas principais identificados. As fontes de tensões no trabalho foram: realização de várias atividades ao mesmo tempo, execução de trabalho complexo, filosofia da empresa pautada pela obsessão e compulsão por resultados e pressão excessiva nos seus diversos aspectos. As fontes de tensão do indivíduo foram: pensar e/ou realizar frequentemente duas ou mais atividades ao mesmo tempo, levar a vida de forma muito corrida, ter o dia tomado com uma série de compromissos e não conseguir desligar-se das obrigações do trabalho. As fontes de tensão específicas do trabalho das gestoras foram: dificuldade de ascensão a níveis mais elevados na hierarquia e dificuldade para conciliar o trabalho e a necessidade de atenção aos filhos. Os indicadores de impacto no trabalho foram: dificuldades de concentração no trabalho, dificuldade de lembrar fatos recentes relacionados ao trabalho, desmotivação, diminuição da eficácia no trabalho, desejo frequente de trocar de emprego, perder o controle sobre os eventos da vida e excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais. Os mecanismos de regulação apontados foram: experiência pessoal na solução de dificuldades no trabalho, possibilidade de descansar de forma regular nos feriados e finais de semana, encontrar tempo para relaxar/descansar, cooperação entre os pares e equilíbrio entre trabalho e vida familiar. A maior proporção de estresse intenso se deu com gestoras situadas na faixa etária de 35 a 39 anos (34,4%) que possuem curso superior incompleto (35,7%), que atuam na supervisão operacional (29,6%) e que trabalham mais de 40 horas semanais (31,9%). As gestoras com mais de 6 anos na função apresentaram maior proporção de estresse leve/moderado (68%). Não foram encontradas associações significativas entre o nível de estresse ocupacional e as variáveis sóciodemográficas (sexo, idade, nível educacional) e ocupacionais (tempo na função, nível hierárquico e horas semanais de trabalho). As gestoras que sempre trabalham nos finais de semana e feriados apresentaram maiores proporções de estresse intenso (66,6%) e muito intenso (11,1%). Em relação aos resultados da análise qualitativa, estes se mostraram importantes para um maior entendimento e aprofundamento em relação aos resultados obtidos na análise quantitativa.
Palavras-chave: Estresse no trabalho. Estresse ocupacional. Estresse em gestoras. Função gerencial. Mulheres gestoras.
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Luciano Zille Pereira
ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Antonio Luiz Marques
Faculdade Novos Horizontes
Prof. Dr. Anderson de Souza Sant’Anna
PUC-MINAS
Linha de Pesquisa: RELAÇÕES DE PODER E DINÂMICA NAS ORGANIZAÇÕES.
Área de concentração: Organização e estratégia
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