Mestrando(a): MARCELA GLEICE VILELA FRANÇA
Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo
Em um cenário de mudanças no ambiente externo e interno das organizações, caracterizado pelo achatamento dos níveis hierárquicos, estrutura enxuta, profissionais sobrecarregados, concorrência acirrada, consumidores mais exigentes, mercado dinâmico, economia desaquecida e uma política instável, cobra-se cada vez mais do gestor, que deve atuar como agente de mudanças, como responsável pela gestão de pessoas e de custos e como um exímio profissional de marketing, preocupando-se constantemente com a atração e retenção de clientes. Até uma década atrás, as Instituições de Ensino Superior (IES) privadas pareciam estar imunes ao mercado turbulento, e só recentemente entraram para o rol de organizações lucrativas, de grandes negócios. Esse fenômeno se deu quando grandes grupos empresariais, inclusive organizações internacionais, começaram a comprar as IES menores. A sequência de aquisições e fusões segue um fluxo contínuo e progressivo desde então. Desta forma, a gestão acadêmica também passou por uma revolução. No meio desse processo, estão os coordenadores de curso de graduação, ocupando o papel de gerentes intermediários. Dentro deste contexto, optou-se por estudar e compreender o universo das mulheres gestoras. Portanto, o objetivo da presente pesquisa foi analisar as fontes de tensão vivenciadas pelas coordenadoras de curso de graduação em Instituições de Ensino Superior privadas de Belo Horizonte, na relação “gerência” e “gênero”. Para isso, foram identificadas e/ou analisadas as funções das coordenadoras; as principais fontes de tensão; os sentimentos e sintomas decorrentes dessas tensões; as estratégias de enfrentamento utilizadas por elas, bem como a percepção que estas profissionais têm sobre si mesmas e sobre o ambiente em que trabalham. Para alcançar os objetivos propostos, o referencial teórico abordou temas como gerência; gestão contemporânea; gestão acadêmica; funções do coordenador de curso; mulheres gestoras e relação de gênero, além do mal-estar gerencial e o estresse ocupacional. A abordagem da pesquisa foi de natureza qualitativa, com caráter descritivo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em vinte coordenadoras de curso de graduação que trabalham em IES privadas de Belo Horizonte, pertencentes a grupos empresarias. A discussão dos dados intercorreu mediante análise de conteúdo. Os resultados apontaram que as principais fontes de tensão das coordenadoras no trabalho são o alto índice de cobranças e metas por parte da direção; a falta de comprometimento dos docentes com o curso e os conflitos dos alunos com os professores durante e no final do semestre. Em casa, as tensões são em relação aos filhos e ao marido. Todas estas tensões geram dores no corpo, perda de sono, angústia, culpa, dentre outros sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Para aliviar as tensões, a principal estratégia de enfrentamento utilizada pelas coordenadoras é a atividade física, sendo que a maioria dessas profissionais que tem filhos não consegue utilizá-la, dada a sobrecarga de trabalho e a escassez de tempo para conciliar vida profissional e pessoal. Dentre todos os achados, a descoberta mais relevante foi perceber que existem dois tipos de categorias de mulheres profissionais: as que trabalham, mas têm na família o seu foco, e as que abrem mão de ter uma família porque têm o foco na carreira.
Palavras-chave: IES privadas. Coordenadoras de curso. Fontes de tensão. Estresse. Estratégias de enfrentamento.
BANCA EXAMINADORA:
Prof.ª Dr.ª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo
ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia
Faculdade Novos Horizontes
Prof. Dr. Jair Nascimento Santos
UNIFACS
Linha de Pesquisa: RELAÇÕES DE PODER E DINÂMICA DAS ORGANIZAÇÕES
Área de concentração: Organização e estratégia