Título: ESTRESSE NO TRABALHO: estudo com gestoras de organizações privadas do sul do estado de Minas Gerais
Autor: ERIKA AZEVEDO
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 20/03/2015
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo investigar e analisar o estresse no trabalho das gestoras de organizações privadas do sul do estado de Minas Gerais. Buscou-se identificar os principais fatores relacionados a: níveis de estresse ocupacional, fatores relacionados a tensão excessiva no trabalho, principais sintomas, indicadores de impacto no trabalho e os mecanismos de regulação. Utilizou-se como referência o Modelo Teórico Explicativo do Estresse Ocupacional em Gerentes (MTEG), desenvolvido e validado por Zille (2005), adaptado para este estudo. A pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa e qualitativa, utilizou um questionário aderente ao MTEG e entrevistas individuais semiestruturadas. A amostra contou 90 gestoras da alta gerência, da gerência intermediária e da supervisão operacional. O tratamento dos dados quantitativos foi realizado por meio de análises uni e bivariada, de natureza descritiva, exploratória e de frequência. Os resultados mostraram que 90% das gestoras têm quadros de estresse, sendo 60% estresse leve/moderado, 26,7% estresse intenso e 3,3% estresse muito intenso. Fadiga, ansiedade, nervosismo, dor nos músculos do pescoço e ombros e perda e/ou oscilação do senso de humor foram os sintomas principais identificados. As fontes de tensões no trabalho foram: realização de várias atividades ao mesmo tempo, execução de trabalho complexo, filosofia da empresa pautada pela obsessão e compulsão por resultados e pressão excessiva nos seus diversos aspectos. As fontes de tensão do indivíduo foram: pensar e/ou realizar frequentemente duas ou mais atividades ao mesmo tempo, levar a vida de forma muito corrida, ter o dia tomado com uma série de compromissos e não conseguir desligar-se das obrigações do trabalho. As fontes de tensão específicas do trabalho das gestoras foram: dificuldade de ascensão a níveis mais elevados na hierarquia e dificuldade para conciliar o trabalho e a necessidade de atenção aos filhos. Os indicadores de impacto no trabalho foram: dificuldades de concentração no trabalho, dificuldade de lembrar fatos recentes relacionados ao trabalho, desmotivação, diminuição da eficácia no trabalho, desejo frequente de trocar de emprego, perder o controle sobre os eventos da vida e excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais. Os mecanismos de regulação apontados foram: experiência pessoal na solução de dificuldades no trabalho, possibilidade de descansar de forma regular nos feriados e finais de semana, encontrar tempo para relaxar/descansar, cooperação entre os pares e equilíbrio entre trabalho e vida familiar. A maior proporção de estresse intenso se deu com gestoras situadas na faixa etária de 35 a 39 anos (34,4%) que possuem curso superior incompleto (35,7%), que atuam na supervisão operacional (29,6%) e que trabalham mais de 40 horas semanais (31,9%). As gestoras com mais de 6 anos na função apresentaram maior proporção de estresse leve/moderado (68%). Não foram encontradas associações significativas entre o nível de estresse ocupacional e as variáveis sóciodemográficas (sexo, idade, nível educacional) e ocupacionais (tempo na função, nível hierárquico e horas semanais de trabalho). As gestoras que sempre trabalham nos finais de semana e feriados apresentaram maiores proporções de estresse intenso (66,6%) e muito intenso (11,1%). Em relação aos resultados da análise qualitativa, estes se mostraram importantes para um maior entendimento e aprofundamento em relação aos resultados obtidos na análise quantitativa.
Palavras-chave: Estresse no trabalho. Estresse ocupacional. Estresse em gestoras. Função gerencial. Mulheres gestoras
Abstract: This research aimed to investigate and analyze stress in the work of managers of private organizations in southern Minas Gerais. Sought up to identify the main factors related to: occupational stress levels, factors related to excessive stress at work, main symptoms, impact indicators at work and mechanisms of regulation. Reference was used the Theoretical Model of Occupational Stress in Explanatory Managers (MTEG), developed and validated by Zille (2005), adapted for this study. The descriptive research of quantitative and qualitative approach, used a structured questionnaire adhering to MTEG and semi-structured individual interviews. The sample, had 90 managers of high management, intermediary management and operational supervison. The treatment of quantitative data was performed by means of univariate and bivariate analyses, descriptive nature, exploratory and frequency. The results showed that 90% of managers have stress, 60% mild / moderate stress; 26.7%, intense stress; and 3.3%, very intense stress. Fatigue, anxiety, nervousness, pain in the neck and shoulder muscles and loss and or oscillation of the sense of humor were the main symptoms identified. The sources of stress at work were: carrying out various activities at the same time, complex work, the company’s philosophy guided by obsession and compulsion for results and excessive pressure in several aspects. The individual sources of stress were thinking and / or frequently perform two or more activities at the same time, lead to life much race form, have the day taken with a number of commitments and you don’t leave the obligations of work. The specific sources of stress in the work of management were: difficulty to rise to higher levels in the hierarchy and difficulty to reconcile work and the need for attention to children. Impact indicators in the work were: concentration difficulties at work, difficulty remembering recent events related to work, lack of motivation to work, decreased effectiveness at work, frequent desire to change jobs, lose control over life events and excessive wear on interpersonal relationships. The regulation mechanisms mentioned were: personal experience in solution difficulties at work, possibility to rest regularly on holidays and weekends, find time to relax / rest, cooperation among pairs and balance between work and family life. The highest proportion of intense stress occurred with management located in the age group 35-39 years (34.4%) who have incomplete higher education (35.7%), working in operational supervision (29.6%) and work more than 40 hours per week (31.9%). The managers with more than 6 years in function presented more mild / moderate stress (68%). No significant associations were: found between the level of occupational stress and sociodemographic variables (gender, age, educational level) and occupational (time in function, hierarchical level and weekly working hours). The management always work on weekends and holidays had the highest proportions of intense stress (66.6%) and very intense (11.1%). Regarding the results of qualitative analysis, these are very important for a better understanding and deepening in relation to the results obtained in quantitative analysis.
Keywords: Occupational stress. Stress management. Managerial function. Female managers.
Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA
Linha de Pesquisa: RELAÇÕES DE PODER E DINÂMICA DAS ORGANIZAÇÕES
Projeto de Pesquisa: Estresse Ocupacional: estudo com mulheres gestoras que atuam em empresas privadas no estado de MINAS GERAIS
Banca Examinadora
Orientador: LUCIANO ZILLE PEREIRA
ANTONIO LUIZ MARQUES – Docente
ANDERSON DE SOUZA SANT ANA – Participante Externo
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