Autor: REINALDO RIBEIRO PORTELA

Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO

Data da Defesa:  15/12/2011

Este estudo tem por objetivo geral analisar e descrever os fatores potenciais de pressão ocupacional a que estão submetidos gerentes que atuam no sistema Unimed. Os dados foram coletados nas singulares localizadas no interior do estado de Minas Gerais. Foram pesquisados 84 gerentes, divididos em gerente geral e gerente de departamento ou área. A pesquisa foi descritiva, de caráter quantitativo e qualitativo. O método de investigação envolveu um estudo de caso. Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário com escalas de frequência do tipo Likert, para avaliar fatores de pressão no trabalho, sintomas físicos e mentais, e estratégias de combate ao estresse ocupacional. Optou-se pelo modelo de estresse ocupacional de Cooper, Sloan e Williams (1988). Após o levantamento dos dados quantitativos, realizou-se a etapa qualitativa, que objetivou aprofundar os dados levantados na etapa quantitativa da pesquisa, recorrendo-se à utilização de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram tratados por meio de estatísticas univariada e bivariada. Quanto às variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida, os resultados mais expressivos encontrados evidenciaram que os gerentes são do sexo masculino, tem idade acima de 36 anos, casados, possuem mais de dois filhos, são graduados, atuam na empresa há até 10 anos e revelam hábitos saudáveis de vida, considerando-se que fazem pouco uso de bebida alcoólica e cigarro. De forma geral, todos os fatores de estresse ocupacional avaliados revelaram uma pressão moderada no trabalho dos gerentes pesquisados, com exceção daqueles considerados intrínsecos ao trabalho e daqueles associados ao relacionamento interpessoal. Entre os indicadores mais relevantes do fator relacionamento interpessoal, destaca-se com maior gravidade aquele ligado ao fato de os gerentes estarem sempre disponíveis para o atendimento das pessoas. Entre os indicadores mais relevantes dos fatores intrínsecos ao trabalho destaca-se também com maior gravidade execução de várias atividades simultaneamente e com alto grau de cobrança. A pesquisa revelou que os sintomas mentais têm maior impacto nos gerentes quando comparados aos sintomas físicos. Os sintomas mentais mais sentidos foram aqueles associados a ansiedade, perda e/ou oscilação do senso de humor, nervosismo acentuado, angústia, ímpetos de raiva e irritabilidade fácil, enquanto que fadiga e sensação de dor nos músculos do pescoço e ombros, e insônia foram apontadas como os sintomas físicos mais sentidos. As estratégias de combate avaliadas na pesquisa tenderam a ser muito utilizadas pelos gestores pesquisados, destacando-se que boa parte delas está focalizada no planejamento das atividades e na definição de prioridades para tê-las como referência ao lidar com problemas. Em termos mais específicos, os gerentes do sexo feminino e com faixa etária até 40 anos revelaram sentir maior pressão por aspectos associados a fatores intrínsecos ao trabalho e por aspectos relacionados a carreira e a desenvolvimento. Ainda, os gerentes do sexo feminino sentem-se mais pressionados por aspectos relacionados ao clima organizacional e à interface casa/trabalho. Sobre aqueles gerentes com grau de escolaridade até graduação, verificou-se que a maior pressão reside nos aspectos relativos ao desenvolvimento na carreira. Por fim, gerentes com tempo de trabalho na empresa de atá 10 anos são impactados mais frequentemente por fatores ligados à interface casa/trabalho. Associando-se as variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida com os sintomas físicos e mentais, observa-se que as gerentes mulheres têm maior sensação de sintomas físicos e mentais do que os gerentes homens. Da mesma forma, os gerentes com faixa etária até 40 anos apresentam em maior intensidade os sintomas físicos e mentais. Já aqueles gerentes com grau de escolaridade até graduação apresentam em maior intensidade somente os sintomas mentais. A pesquisa revelou que há associações entre sintomas físicos com fatores intrínsecos ao trabalho, com o clima organizacional e com a interface casa/trabalho. Da mesma forma, foi revelado que há associações entre os sintomas mentais com o desenvolvimento da carreira e com a interface casa/trabalho.

Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

Banca Examinadora

Prof. Dr. LUIZ CARLOS HONÓRIO – Orientador

Prof. Dr. JUVÊNCIO BRAGA DE LIMA– Docente

Prof. Dr. ANDERSON DE SOUSA SANT’ANNA – Participante externo

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