Mestrando(a):  CARLA CRISTINA DOS SANTOS

Orientador(a): Prof. Dr. Luciano Zille Pereira

A pesquisa que originou esta dissertação classifica-se como um estudo descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa. O objetivo consistiu em identificar e analisar, na percepção dos sujeitos pesquisados, o estresse no trabalho dos profissionais de enfermagem que atuam em um hospital universitário no estado de Minas Gerais. Foram pesquisados 396 profissionais de enfermagem. O questionário aderente ao Modelo Teórico de Explicação do Estresse Ocupacional (MTEG), desenvolvido e validado por Zille (2005), foi adaptado para este estudo e utilizado como instrumento de coleta de dados quantitativos.  Os softwares Excel e SPSS – Statistical Package for the Social Sciences foram utilizados para o processamento dos dados. Também foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com 24 profissionais de enfermagem, analisadas com base na técnica de conteúdo. Os resultados evidenciaram que 71,5% dos profissionais de enfermagem apresentaram estresse, variando de leve/moderado a muito intenso. Os principais sintomas de estresse nestes profissionais foram: fadiga, ansiedade, nervosismo acentuado, dor nos músculos do pescoço e ombros, dor de cabeça sob tensão e irritabilidade. As principais fontes de tensão excessivas existentes no ambiente de trabalho foram: conviver com pessoas ansiosas, desequilibradas emocionalmente, realizar o máximo de trabalho com o mínimo de recursos e decisões relacionadas ao trabalho do profissional de enfermagem sem a sua participação. As principais fontes de tensão relacionadas ao indivíduo identificadas foram: levar a vida de forma muito corrida, realizando cada vez mais trabalho em menos tempo, e ter o dia muito tomado com uma série de compromissos assumidos, com pouco ou nenhum tempo livre. Os indicadores de impacto no trabalho desses profissionais foram: fuga das responsabilidades de trabalho antes assumidas de forma natural, excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais, no trabalho ou fora dele, estar sentindo uma desmotivação importante com o trabalho e o desejo frequente de trocar de emprego. Os mecanismos de regulação mais utilizados pelos profissionais de enfermagem para enfrentar as situações tensionantes foram: possuir experiência na solução de dificuldades no trabalho, possibilidade de gozar as férias regularmente e a possibilidade de cooperação entre os pares (colegas). Neste estudo, foi possível constatar que os profissionais enfermeiros apresentaram maior ocorrência de estresse (78,6%) se comparado aos técnicos (71%) e auxiliares de enfermagem (66,9%). Também foi possível constatar que os profissionais do sexo feminino apresentam maior incidência de estresse (72,4%) se comparado aos profissionais do sexo masculino (68,8%). Associando o hábito de fumar e o nível de estresse ocupacional verificou-se que os indivíduos que não fumam apresentaram a maior proporção entre os indivíduos com ausência de estresse. Também houve associação entre as variáveis: idade, consumo de bebida alcoólica, existência de problemas de saúde e carga horária semanal de trabalho com duplo vínculo empregatício com o estresse ocupacional.

Palavras-chave: Estresse ocupacional. Profissionais de enfermagem. Fontes de tensão no trabalho.

 

BANCA EXAMINADORA:

 

Prof. Dr. Luciano Zille Pereira

ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)

Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia

Faculdade Novos Horizontes

Profª  Drª  Zélia Miranda Kilimnik

FUMEC

Linha de Pesquisa: RELAÇÕES DE PODER E DINÂMICA DAS ORGANIZAÇÕES

 

Área de concentração: Organização e estratégia

Carla Cristina dos Santos