Mestrando(a): MAURA DAS GRAÇAS LISBOA DE FELIPE

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

Procurando compreender a trajetória da mulher em busca de espaço, principalmente, no que diz respeito à sua inserção na prática da docência nos cursos de engenharia, tradicionalmente caracterizados como reduto masculino, resultado de uma concepção culturalmente disseminada, é que esta pesquisa buscou, por meio de um breve apanhado histórico, apontar o processo discriminatório por que passou a mulher em relação à gênese da profissão de docente. Nas principais civilizações clássicas da China, da Índia, do Oriente Médio e das regiões do Mediterrâneo, a força do patriarcado afetou as relações de gênero, pois os homens, independentemente de suas personalidades, deveriam assumir papéis dominantes, relegando às mulheres papéis inferiores, apenas em atividades domésticas. Nas décadas finais do século XX, a docência, na área das engenharias, deixou de ser reduto masculino e recebeu como docentes as egressas dos mesmos cursos, a princípio, em número reduzido. A crescente participação da mulher no mercado de trabalho, bem como suas presenças nas universidades no Brasil têm sido apontadas por diversos pesquisadores como das mais importantes transformações socioeconômicas e culturais ocorridas (FONSECA, 1996; RAGO, 1998; BOURDIEU, 2002; SALVADOR; CARVALHO, 2008). A proposta desta dissertação foi analisar a percepção de professoras dos cursos de engenharia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) sobre as relações de gênero na prática docente e as possibilidades de acesso aos cargos de chefia e de representatividade existentes na Instituição. Buscou-se suporte teórico nas obras de Sorj (1992); Stromquist (1997); Rapkiewicz (1998); Bourdieu (2002); Costa (2004); Melo, Mageste e Mendes (2006); Bastos (2007); Bruschini (2007); Lisboa (2008); Melo (2011) entre outros. A metodologia aplicada nesta pesquisa seguiu a abordagem qualitativa a partir de estudo de caso realizado no CEFET-MG, cujos dados analisados foram obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas com dez professoras dos cursos de engenharia da Instituição. Ao analisar a percepção de professoras sobre as relações de gênero na prática docente e as possibilidades de acesso aos cargos de chefia e de representatividade na Instituição, chegou-se à conclusão de que não se percebe discriminação de gênero. Atribui-se que isso ocorra por tratar-se de uma instituição pública, onde se ingressa por concurso, o cargo é efetivo e o alto grau de formação das entrevistadas: mestres e doutoras. A trajetória profissional das docentes entrevistadas e suas histórias de vida permitem inferir que são profissionais que, desde a graduação, tinham metas de crescimento pessoal e profissional. Elas não se desviaram de suas áreas de formação, pois nelas fizeram o mestrado e/ou doutorado. As docentes têm alto nível de auto estima, reconhecem-se como excelentes profissionais, buscam atualização continuada e não desejam cargo de chefia, pois têm como prioridade dedicarem-se à pesquisa.

 

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

Professores Drs. da Banca:

Profª Drª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo – Faculdade Novos Horizontes

Profª Drª Talita Ribeiro da Luz – Faculdade Novos Horizontes

Profª Drª Silvani dos Santos Valentim – CEFET-MG

 

 

Mestrando(a): MAURA DAS GRAÇAS LISBOA DE FELIPE

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

:: baixar arquivo