Mestrando(a): JULIANA CELESTE DE MATOS BRAGAOrientador(a): LUCIANO ZILLE PEREIRA
Este estudo tem por objetivo geral identificar e analisar os níveis de estresse manifestados, as principais fontes de tensão excessiva no trabalho e as estratégias de enfrentamento ao estresse utilizadas pelos taxistas que atuam na cidade de Belo Horizonte ? Minas Gerais. No referencial teórico, abordam-se conceitos de estresse, a situação de trabalho dos motoristas profissionais e o modelo teórico explicativo de estresse ocupacional ? MTEG (ZILLE, 2005). A pesquisa caracteriza-se como um survey, de natureza descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa, configurando uma triangulação metodológica. A unidade de observação foi o processo de trabalho dos taxistas e os sujeitos da pesquisa foram os taxistas que atuam na cidade de Belo Horizonte. Os dados foram coletados por meio de um questionário adaptado do questionário aderente ao MTEG e de entrevistas semiestruturadas. Ao todo, foram coletados 458 questionários, cujos dados foram tratados nos moldes estatísticos uni e bivariado. Foram realizadas 14 entrevistas com os sujeitos. Seus dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo. Os resultados quantitativos apontaram que 121 (26,4%) taxistas apresentam quadro de estresse ocupacional, sendo que 100 (21,8%), apresentam nível de estresse leve a moderado; 19 (4,1%), estresse intenso; e 2 (0,4%), estresse muito intenso. Os relatos das entrevistas levam a crer que o diagnóstico de estresse obtido por meio da análise quantitativa pode não ser condizente com a situação real, sendo observada a utilização de estratégias de defesa, em especial a racionalização e a negação. Os resultados provenientes das análises quantitativa e qualitativa revelam significativas fontes de tensão no trabalho dos taxistas e a utilização, com regularidade, de estratégias de enfrentamento ao estresse. A comparação entre os taxistas diagnosticados com ausência de estresse ou estresse leve a moderado (grupo I) com os taxistas diagnosticados com estresse intenso ou muito intenso (grupo II) permitiu constatar que o grupo II percebe o trabalho como mais tensionante que o grupo I e que o grupo I utiliza com mais regularidade estratégias de enfrentamento ao estresse que o grupo II, o que justifica os níveis de estresse de cada grupo analisado. Correlações estatísticas, de acordo com o teste qui-quadrado, para um nível de significância de 0,05 ou intervalo de confiança de 95%, permitiram concluir que há relação de dependência direta entre os níveis de estresse e as seguintes fontes de tensão excessiva no trabalho: exposição a intempéries climáticas, exposição a ruídos e vibrações, falta de sinalização adequada, ausência de relação formal de trabalho e relação competitiva e sem cooperação entre os taxistas. Constatou-se também que há relação de dependência direta entre os níveis de estresse e as seguintes estratégias de enfrentamento: conversar com amigos e familiares, resolver objetivamente determinado problema, administrar efetivamente o próprio tempo e descansar aos domingos e feriados. Apurou-se que os indivíduos solteiros, viúvos ou separados e aqueles que trabalham à noite são mais propensos a desenvolver níveis de estresse intenso ou muito intenso. Identificou-se que há maior probabilidade de os indivíduos diagnosticados com estresse intenso ou muito intenso consumirem cigarros. Por fim, apontam-se as limitações da pesquisa e as sugestões para o Poder Público, em especial a BHTRANS, o Sindicato dos Taxistas, as Cooperativas de Táxi e os taxistas, sujeitos desta pesquisa.
Orientador(a): LUCIANO ZILLE PEREIRA
Professores Drs. da Banca:
Prof. Dr. Luciano Zille Pereira
ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)
Profª Drª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo
Faculdade Novos Horizontes
Prof. Dr. Antônio Luiz Marques
UFMG
Mestrando(a): JULIANA CELESTE DE MATOS BRAGA
Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações
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