Mestrando(a): MARIA DE FÁTIMA GOMES DA SILVA

Orientador(a): FERNANDO COUTINHO GARCIA

Este estudo investiga a percepção dos trabalhadores das Unidades de Alimentação e Nutrição pesquisadas em relação ao prazer-sofrimento nas atividades desenvolvidas, tendo como suporte teórico os princípios da Psicodinâmica do Trabalho, que estuda a saúde do trabalhador mediada pelas vivências subjetivas de prazer-sofrimento no trabalho. Nessa dinâmica, é analisada a função das estratégias de defesa utilizadas pelos trabalhadores para enfrentar o sofrimento causado, transformando-o em prazer, mantendo a saúde em estado de normalidade. O trabalho em Unidades de Alimentação e Nutrição é do tipo taylorista/fordista, caracterizado pela fragmentação das tarefas, repetição de movimentos e divisão do trabalho entre gerência e operário. Foram adotados métodos quantitativos e qualitativos de pesquisa. Trata-se de um estudo descritivo. Participaram desta pesquisa 82 trabalhadores, sendo 37 vinculados à Unidade I e 45 à Unidade II, ambas Unidades de Alimentação e Nutrição situadas na cidade de Belo Horizonte. O método quantitativo utilizou o Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA) e o método qualitativo utilizou a pesquisa semi-estruturada. Os dados quantitativos foram tratados pelo sistema SPSS (Statistical Package for Social Science) e os qualitativos mediante Análise do Núcleo de Sentido (ANS). Os resultados indicam que a dinâmica prazer-sofrimento coexiste. As vivências de sofrimento estão relacionadas ao esgotamento, ao custo humano e ao contexto do trabalho (organização do trabalho, condições de trabalho e relações sócioprofissionais). De forma contraditória, as relações socioprofissoais são avaliadas por meio das verbalizações, de maneira positiva, o que indica que estão mais associadas à minimização do sofrimento do que às estratégias de mobilização geradoras diretas de prazer. Para o enfrentamento do sofrimento, os trabalhadores utilizam dois tipos de estratégias defensivas: racionalização, relacionada à aceitação da carga de trabalho, à adoção de brincadeiras e à visão do trabalho como meio de sobrevivência, todas confirmadas nas verbalizações dos empregados; e de negação, observada no discurso dos trabalhadores, que, mesmo apresentando um quadro de doença, negam sua relação com o trabalho. Este fato, associado ao elevado índice de absenteísmo apresentado pelas organizações estudadas, indicam aumento do risco de adoecimento e necessidade de adoção de medidas por parte dos gestores no sentido de melhorar a organização, as condições e as relações no trabalho.

 

Orientador(a): FERNANDO COUTINHO GARCIA

Professores Drs. da Banca:

Vera Lúcia Cançado Lima, Marília Alves e Marlene Azevedo Magalhães Monteiro

Mestrando(a): MARIA DE FÁTIMA GOMES DA SILVA

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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