Mestrando(a): LÚCIO JOSÉ DUARTE

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

Este trabalho tem por objetivo descrever e analisar o processo de configuração da identidade gerencial de professoras no exercício de cargos de direção da alta hierarquia em uma Instituição Federal de Ensino Superior em Belo Horizonte. Para dar suporte à pesquisa empírica, foi elaborado um aporte teórico consubstanciado nos estudos sobre Identidade e, para a compreensão da configuração identitária gerencial, foram utilizadas as dimensões de análise propostas por Hill (1993). Buscou-se também fundamento em reflexões sobre as relações de gênero no mundo do trabalho, nas concepções do trabalho gerencial e nas discussões inerentes ao gestor de Instituições de Ensino Superior. Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva e de abordagem qualitativa. Quanto aos meios, configura-se em um estudo de caso. Os sujeitos da pesquisa são cinco professoras que ocuparam cargos de diretoras na alta hierarquia da Instituição, no momento da pesquisa. Os dados foram coletados por meio de questionário sociodemográfico e de entrevistas com roteiros semiestruturados e foram submetidos à análise de conteúdo. O processo de análise dos dados passou pelo modelo desenvolvido por Melo (1991), que consiste nas fases de preparação, tabulação quantitativa, tabulação temática e confronto com a teoria. Constatou-se que exercer o cargo de gestora significa, para as entrevistadas, gerenciar pessoas e consequentemente conflitos, e que chegar à alta hierarquia decorre da competência, do reconhecimento e da trajetória na Instituição. A pesquisa também demonstrou que a função constitui grande aprendizado e desafio. As entrevistadas perceberam a importância dos subordinados para o sucesso das tarefas e adotaram um estilo de gerência mais interativo, mais participativo, menos autoritário e mais informal, visando garantir o desenvolvimento do trabalho gerencial com respaldo em uma equipe motivada e produtiva. As principais facilidades foram a experiência profissional e a maturidade das gestoras, e as dificuldades perpassaram pelos entraves burocráticos inerentes à administração pública. O relacionamento interpessoal surgiu como facilidades e pontos positivos, mas também como dificuldades e pontos negativos, o que revela a complexidade e ambiguidade do papel gerencial, pois os gerentes são envolvidos com pessoas que frequentemente têm necessidades conflitantes. Os resultados da pesquisa em relação às gestoras pesquisadas indicaram três considerações: a configuração da identidade gerencial se deu no exercício de gerências intermediárias exercidas anteriormente na Instituição e não na gerência de alto nível, nesta, houve um processo de re-configuração; o desenvolvimento de uma forte identificação com a Instituição na qual trabalham; e um empoderamento gerencial das gestoras pesquisadas.

Orientador(a): MARLENE CATARINA DE OLIVEIRA LOPES MELO

Professores Drs. da Banca:

Profª Drª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo – Faculdade Novos Horizontes

Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia – Faculdade Novos Horizontes

Prof. Dr. João Bosco Laudares – CEFET-MG

 

 

Mestrando(a): LÚCIO JOSÉ DUARTE

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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