Autor: Wanessa Letícia de Oliveira Miranda

Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO

Data da Defesa:  13/08/2021

RESUMO: Historicamente, o ambiente militar é tido como um local predominantemente masculino, não
apenas por empregar mais homens do que mulheres, mas pela representação do masculino
sobre o feminino em uma sociedade patriarcal, que, na visão de Bourdieu (1995), já se fazia
presente pela dominação masculina e pela violência simbólica. Este estudo analisa a
dominação masculina e violência simbólica nas relações de gênero no ambiente militar, a
partir das percepções de homens e de mulheres oficiais do 25º Batalhão de Polícia Militar de
Minas Gerais, na cidade de Sete Lagoas. Para tanto, no referencial teórico se discute sobre
o gênero e as relações de gênero, de acordo com a concepção de Joan Scott e a dominação
masculina e violência simbólica, com amparo nos estudos do sociólogo francês Pierre
Bourdieu. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, cujo método adotado é o estudo de
caso. Os sujeitos de pesquisa foram 20 oficiais, sendo 10 mulheres e 10 homens, integrantes
do 25º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, situado na cidade de Sete Lagoas. A coleta
de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada utilizando roteiro e os dados
tratados por meio da técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin (2009).Os dados
foram analisados por meio de duas categorias desenvolvidas a priori, de acordo com os
objetivos específicos: (i) a influência do habitus e do campus: elementos para compreensão
da dominação masculina e violência simbólica na relação de gênero na PMMG; (ii) os avanços
e os desafios enfrentados pelas mulheres oficiais à luz da dominação masculina e da violência
simbólica. Dentre os resultados se destacam a influência do habitus e do campus na
percepção de homens e de mulheres oficiais quanto à relação de gênero na PMMG,
configurados pelos símbolos institucionalizados e pelas crenças adquiridas no processo de
socialização (habitus) que reproduzem o discurso pautado na relação de poder. Isto é, a
dominação masculina está presente na vivência dos homens e das mulheres no ambiente
militar, que, enquanto dominadas, absorvem os símbolos masculinos ao longo dos anos
vivenciados no campus, e passam a se perceber, a se comportar e agir conforme os
dominantes masculinos. Esta influência é percebida quanto à distinção de gêneros entre as
atividades e funções exercidas e pela dificuldade de ascensão da mulher às patentes mais
altas. Conclui-se que, embora com os avanços conquistados, novos desafios vão surgir no
que tange à dominação masculina e violência simbólica.
Palavras-chave: Dominação masculina. Violência simbólica. Polícia militar. Relação de
gênero. Mulheres na polícia.

ABSTRACT: Historically, the military environment is seen as a predominantly male place, not only because
it employs more men than women, but because of the representation of male over female in a
patriarchal society, which, in the view of Bourdieu (1995), was already present by male
domination and symbolic violence. This study analyzes male domination and symbolic violence
in gender relations in the military environment, based on the perceptions of men and women
officers of the 25th Military Police Battalion of Minas Gerais, in the city of Sete Lagoas.
Therefore, the theoretical framework discusses gender and gender relations, according to
Joan Scott’s conception and male domination and symbolic violence, supported by the studies
of French sociologist Pierre Bourdieu. It is a descriptive qualitative research, whose method
adopted is the case study. The research subjects were 20 officers, 10 women and 10 men,
members of the 25th Battalion of the Military Police of Minas Gerais, located in the city of Sete
Lagoas. Data collection was carried out through semi-structured interviews using a script and
the data treated through the content analysis technique proposed by Bardin (2009). The data
were analyzed using two categories developed a priori, according to the specific objectives: (i)
the influence of the habitus and the campus: elements for understanding male domination and
symbolic violence in the gender relationship in the PMMG; (ii) advances and challenges faced
by female officers in light of male domination and symbolic violence. Among the results, the
influence of the habitus and the campus in the perception of men and women officers regarding
the gender relationship in the PMMG stand out, configured by institutionalized symbols and
beliefs acquired in the socialization process (habitus) that reproduce the discourse based on
the relationship of power. That is, male domination is present in the experience of men and
women in the military environment, who, while dominated, absorb male symbols over the years
experienced on campus, and start to perceive themselves, behave and act as the dominants
male. This influence is perceived in terms of the gender distinction between the activities and
functions performed and the difficulty of women’s ascent to the highest ranks. It is concluded
that, despite the advances achieved, new challenges will arise with regard to male domination
and symbolic violence.
Keywords: Male domination. Symbolic violence. Military police. Gender relationship. Women
in the police.

Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA

Linha de Pesquisa: Relações de Poder e Dinâmica das Organizações

Banca Examinadora

Prof.ª Dr.ª Alice de Freitas Oleto – Orientadora

Prof.ª Dr.ª Fernanda Versiani de Rezende  – Docente

Prof. Dr. – Antônio Moreira  de Carvalho Neto – Participante Externo

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