Mestrando(a): LEILA DE FÁTIMA SANTOS

Orientador(a): LUIZ CARLOS HONORIO

Este estudo teve como objetivo principal analisar a qualidade de vida no trabalho do enfermeiro, dado o caráter emergencialista e não emergencialista do trabalho realizado por esse profissional em um hospital público inserido na rede de atendimento exclusivo ao SUS da cidade de Belo Horizonte. Trata-se de um estudo de caso, de natureza descritiva e analítica, com abordagem quantitativa e qualitativa, fundamentado no modelo de Westley (1979), que aborda a qualidade de vida no trabalho a partir de quatro dimensões: econômica, política, psicológica e sociológica. Participaram desta pesquisa uma amostra de 95 enfermeiros, o que corresponde a um percentual de 68,8% em relação ao total de enfermeiros da instituição, representativos dos dois tipos de atendimento: não emergencial (66,6%) e emergencial (76,6%). Os dados de pesquisa foram coletados em duas etapas: a primeira consistiu na aplicação de um questionário, contemplando dados demográficos e ocupacionais e questões relativas às dimensões de QVT. A segunda etapa compreendeu a realização de entrevistas semiestruturadas, com um percentual de 10% dos respondentes do questionário, com o propósito de aprofundar nos achados mais significativos da fase quantitativa. Os dados foram tratados por meio da estatística descritiva e bivariada e analisados pelo método de análise de conteúdo. Considerando-se os aspectos demográfico- ocupacionais da pesquisa, concluiu-se que a instituição é composta, em sua maior parte, por profissionais do sexo feminino, solteiras, sem filhos, com idade inferior a 30 anos e com algum tipo de especialização latu sensu em curso. Além disso, fazem parte do quadro institucional há menos de 5 anos, são efetivas pelo regime estatutário, com jornada de 30 horas semanais, percebendo uma remuneração inferior a R$2.500,00 e compondo a frente de trabalho não emergencial do hospital. Quanto aos resultados de QVT, observou-se que a dimensão econômica mostrou-se a mais frágil entre as quatro dimensões abordadas no estudo. As dimensões políticas e psicológicas, na percepção dos enfermeiros, são passíveis de melhorias, pois apresentaram índices intermediários entre satisfação e insatisfação. Já a dimensão sociológica foi a única, no ponto de vista dos enfermeiros, satisfatória. Considerando os resultados globais de cada dimensão, observou-se que não existem diferenças significativas, entre os enfermeiros que atuam no atendimento não emergencial e emergencial. Porém, analisando as variáveis que compõem cada uma dessas dimensões, constatou-se que existem diferenças representativas. No parecer dos enfermeiros não emergencialistas, a qualidade da supervisão foi avaliada positivamente. A disponibilização de materiais e equipamentos para a execução das atividades, a participação nas decisões e resolutividade dos conflitos são indicadores que precisam de melhorias na percepção desse grupo. Já no parecer dos enfermeiros emergencialitas, a disponibilização de materiais e equipamentos e a segurança no emprego foram vistos de modo satisfatório, enquanto a qualidade da supervisão, volume de trabalho e salário em relação à contribuição efetiva, na percepção desse grupo, precisam ser revistos. Um achado comum foi a satisfação dos enfermeiros em relação ao respeito e tratamento recebidos da chefia, oportunidade de conhecer pessoas no ambiente de trabalho, o trabalho em equipe, a habilidade da equipe frente à assistência ao paciente, o uso de diferentes habilidades aplicadas na realização do trabalho, o relacionamento em equipe e a liberdade de expressão no hospital. Outro resultado comum foi a avaliação negativa a respeito da atuação sindical, na representação da categoria.

Orientador(a): LUIZ CARLOS HONORIO

Professores Drs. da Banca:

Banca examinadora:

Orientador – Prof Dr Luiz Carlos Honório
Faculdade Novos Horizontes

Profª Drª Kely César Martins de Paiva
Faculdade Novos Horizontes

Prof Dr Anderson de Souza Sant’anna
PUC-MINAS

Mestrando(a): LEILA DE FÁTIMA SANTOS

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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