Autor: FERNANDA PERTENCE E COSTA
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 16/07/2009
RESUMO Este estudo tem por objetivo geral analisar e descrever os fatores potenciais de pressão ocupacional a que estão submetidos gerentes que atuam em uma grande siderúrgica brasileira, tendo como base de levantamento de dados uma grande usina de produção localizada no estado de Minas Gerais integrante de um dos maiores grupos siderúrgicos do País. A pesquisa contou com 73 gerentes, distribuídos em três categorias ocupacionais: gerente geral, gerente intermediário e chefe de área. O método de pesquisa empregado no estudo foi um estudo de caso quantitativo, com característica descritiva e explicativa, utilizando-se o questionário como técnica fundamental para o levantamento de dados. O instrumento de coleta de dados foi configurado, basicamente, por escalas de frequência do tipo Likert para avaliar fatores de pressão no trabalho, sintomas físicos e mentais, e estratégias de combate ao estresse ocupacional, tendo como inspiração o modelo de estresse ocupacional de Cooper, Sloan e Williams (1988). Documentos também foram utilizados para fins de caracterização da empresa pesquisada e do setor siderúrgico brasileiro. O tratamento dos dados foi feito por meio de estatísticas uni e bivariada. Em termos das variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida, os resultados mais expressivos encontrados evidenciaram que os gerentes são do sexo masculino, com idade acima de 36 anos, casados, com mais de dois filhos, graduados com especialização, atuando na empresa há mais de 11 anos e com hábitos saudáveis de vida, considerando-se que fazem pouco uso de bebida alcoólica e de cigarro. Em síntese, todos os fatores de estresse ocupacional avaliados apontaram uma pressão moderada no trabalho dos gerentes pesquisados, com destaque para aqueles associados a inter-relacionamento e aqueles intrínsecos ao trabalho. A este respeito, a disponibilidade constante para o atendimento das pessoas e a execução de várias atividades simultaneamente com alto grau de cobrança foram consideradas como os indicadores mais significativos de pressão no trabalho, com o primeiro sendo percebido de forma intensa pela categoria pesquisada. A filosofia da alta administração, pautada pela obsessão e compulsão por resultados, também foi apontada como elemento que tende a exercer pressão intensa no clima de trabalho dos participantes da pesquisa. Os sintomas mentais causam maior impacto nos pesquisados, porém em uma frequência que oscila de leve a moderada, com destaque para sensações de ansiedade e nervosismo acentuado. Quanto às estratégias de combate ao estresse ocupacional, boa parte delas está focalizada na resolução do problema potencialmente gerador de pressão no trabalho, sobressaindo aquela que envolve conversar com amigos. Em termos mais específicos, os gerentes que ocupam cargos mais elevados, com maior grau de escolaridade variando de mestrado a doutorado e que consomem bebida alcoólica revelaram sentir maior pressão por aspectos associados à interface casa e trabalho. Aqueles que possuem menor grau de escolaridade – no caso, graduação – e que trabalham acima de 41 horas na empresa sentem-se mais pressionados por aspectos relacionados à estrutura e clima organizacional. Ainda sobre aqueles que trabalham com essa frequência de horas, verificou-se que a maior pressão também reside em aspectos relativos ao desenvolvimento na carreira e inter-relacionamento. Por fim, gerentes com faixa etária acima de 41 anos são impactados mais frequentemente por fatores ligados ao papel gerencial. Associando-se as variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida com os sintomas físicos e mentais, observaram-se diferenças significativas apenas em relação a sexo e consumo de bebida alcoólica. Os sintomas mais frequentes nestas associações foram de ordem física, tanto para as mulheres quanto para aqueles que fazem uso de bebida alcoólica.
Palavras-chave: Estresse Ocupacional. Função Gerencial. Siderurgia
ABSTRACT The present study has as main objective the analysis and description of the potential factors of occupational stress to which managers who work in a large Brazilian steel mill are subjected. The research is based upon the data gathering in a large plant that integrates one of the largest Brazilian steel production groups and is located in the State of Minas Gerais. The research was composed of 73 managers, divided in three occupational categories: general manager, line managers and head of departments. The research method employed was a quantitative case study with descriptive and explanatory characteristics that used questionnaires as fundamental technique for data gathering. The tool used to collect data was basically configured by the Likert frequency scales to evaluate work pressure factors, physical and mental symptoms and strategies to combat occupational stress. This tool was inspired in the occupational stress model of Sloan, Cooper and Williams (1988). Documents were also used to characterize the researched enterprise and the Brazilian steel production sector. Treatment of data was performed by means of uni and bi-varied statistics. Regarding the demographic, occupational and life habit variables, the more expressive results found evidenced that the managers are male, 36 years old onwards, married and have more than two children. They are graduated and have already finished a post-graduation course and have worked in the company for more than 11 years. Besides, they have healthy life habits, if one considers that they do not drink much alcoholic beverages and do not smoke much. In summary, all occupational stress factors evaluated pointed out a moderate pressure at work for the researched managers, with an emphasis on those factors associated with interrelation and those intrisec to work. The constant availability for people care and the performance of various simultaneous activities with high level of demands were considered as the most significant indicators of work pressure, the first being perceived in a more intense manner by the researched category. The philosophy of the senior management, guided by the obssession and compulsion for results was also pointed out as an element that tends to put high pressure on the work environment of the research participants. Mental symptoms cause more impact in the researched, however, in a frequency that oscilateds from light to moderate, with an emphasis on the feeling of sharp anxiety and nervousness. Concerning the strategies to combat occupational stress, most of them are focused on solving the problem that potentially generates the work pressure, with a special emphasis on that which involves talking to friends. In more specific terms, managers who hold the highest positions, those who have a higher education level which may vary from master to doctorate degree, and those who drink alcoholic beverages revealed that they feel more pressure due to aspects associated to the interface home-work. Those who have lower education levels – only graduation level in this case – and work more than 41 hours per week in the company feel more pressure due to aspects related to the structure and organization climate. Moreover, amongst those who work for such hours, one verified that the highest pressure is also due to aspects related to career development and interrelation. Finally, managers who are 41 years old onwards usually receive more impact from factors connected to the managerial role. When one associates the demographic, occupational and life habit variables with the physical and mental symptoms, one observes significant differences only regarding gender and consume of alcoholic beverages. The most frequent symptoms in such associations were of a physical nature either for women and for those who make use of alcoholic beverages.
Key Words: Occupational stress. Managerial job. Steel mill
Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA
Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações
Banca Examinadora
Prof. Dr. Luiz Carlos Honório – Orientador
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