Título: ESTRESSE OCUPACIONAL: estudo com gestores de um hospital público regional do estado de Minas Gerais
Autor: Ana Paula Lara de Vasconcelos Ramos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 07/12/2017
Resumo: A atuação dos gestores da área da saúde apresenta-se como expressiva fonte de tensão, ocasionando manifestações de estresse em decorrência da atividade ocupacional que executam, comprometendo sua saúde emocional e física. Nesse contexto, assume elevada importância a realização de estudos em ambientes cuja a prestação de serviço seja a saúde da sociedade. Este estudo teve por objetivo descrever e explicar as manifestações de estresse dos gestores que atuam em um hospital público localizado na macrorregião noroeste do estado de Minas Gerais–MG. O procedimento metodológico utilizado para o alcance do objetivo pautou-se no estudo descritivo e explicativo, com abordagem quantitativa. Como método de pesquisa utilizou-se o estudo de caso. Foram realizadas pesquisas estruturadas com 83 gestores, nos níveis estratégico, intermediário e operacional. Como base teórica de analise, utilizou-se o modelo teórico de explicação de estresse ocupacional em gerentes (MTGE), desenvolvido e validado por Zille (2005), adaptado para este estudo. O instrumento utilizado na coleta de dados foi o questionário aderente ao MTGE. A análise dos dados se deu por meio da estatística descritiva e inferencial. Os resultados apontaram que o contexto de trabalho dos gestores produz importantes fontes de tensão, que podem provocar estresse ocupacional. Apurou-se que 82% dos gestores possuem algum nível de estresse ocupacional, variando de leve a moderada a muito intenso, sendo o nível estratégico com 100% de estresse, o nível intermediário com 82,6% e o nível operacional com 80%. As principais fontes de tensão no trabalho identificadas foram: realização de várias atividades ao mesmo tempo com alto grau de cobrança, pressão excessiva no trabalho, cobrança por fazer mais com o mínimo de recurso, execução de trabalho complexo e desgastante e excessiva carga de trabalho. As principais fontes de tensão relacionadas ao indivíduo identificadas foram: levar a vida de forma muito corrida, não conseguir se desligar do trabalho, ter o dia tomado por uma série de compromissos, pensar ou realizar uma ou duas atividades ao mesmo tempo e ter os horários de descanso tomados pelo trabalho. As principais fontes de tensão específicas do trabalho de gestor identificadas foram saber o valor da qualidade de vida e não praticar pela absorção do trabalho, situações de tensão excessiva inerente às relações humanas, não poder questionar sobrecarga de trabalho por ser gestor e conciliar inovação/autonomia com as normas da empresa. Em relação aos sintomas de estresse foram identificados dores nos músculos do pescoço e ombros, fadiga, angústia, nervosismo e ansiedade. Os impactos do estresse no trabalho dos gestores identificados relacionaram-se a dificuldade de lembrar fatos recentes do trabalho, desmotivação importante com o trabalho, excessivo desgaste nos relacionamentos interpessoais, fuga das responsabilidades de trabalho. Os mecanismos de regulação mais utilizados pelos gestores para enfrentar as situações tensionantes foram: gozar férias regularmente, cooperação entre os pares e realização de exercícios físicos planejados/orientados. Os resultados da estatística inferencial mostraram que o estresse ocupacional não sofre interferência relativa à: tempo de atuação no cargo, escolaridade e o consumo de bebida alcoólica. Por outro lado, aqueles gestores que têm problemas de saúde apresentam, em tendência central, maior estresse ocupacional em comparação aos que não possuem problemas de saúde. Os resultados também indicaram a existência de correlação significativa entre: estresse e fontes de tensão do indivíduo, fontes de tensão no trabalho e fontes de tensão específicas do trabalho. O variável mecanismo de regulação não ingressou no modelo, indicando que, em termos multidimensionais, ela não é necessária para a predição dos níveis de estresse ocupacional. Assim, a Hipótese 1, deste estudo foi parcialmente confirmada, uma vez que o modelo proposto não contou com a variável mecanismos de regulação. Os resultados Também apontaram que os gestores que apresentaram maiores níveis de estresse têm, em média, maiores escores de indicadores de impacto no trabalho, confirmando a Hipótese 2 proposta por este estudo.
Palavra-chave: Estresse ocupacional. Gestores públicos. Hospital público.
Abstract: The performance of health managers presents as an expressive source of tension, causing manifestations of stress as a result of the occupational activity they perform, compromising their emotional and physical health. In this context, it is very important to carry out studies in environments where service delivery is the health of society.
The study aimed to describe, analyze and explain the manifestations of stress in the perception of public managers who work in state public hospital, located in the northwestern macro-region of the state of Minas Gerais – MG, Brazil. The methodological procedure used to reach the objective was based on the descriptive study, with a quantitative approach. The survey was conducted with 83 managers, who after the general analysis were grouped by hierarchical levels: strategic, intermediate and operational. The theoretical model of the occupational stress explanation in managers (MTGE), developed and validated by Zille (2005), was used as instrument of data collection. The softwares Excel and SPSS – Statistical Package for Social Sciences were used for the quantitative data processing, analysis which was made by univariate and bivariate statistics. The results found that 82% of managers have some level of occupational stress, ranging from mild / moderate to very severe stress, and the strategic level with 100% stress, the intermediate level with 82.6% and the operating level with 80% . In relation to the main symptoms of stress were identified: pain in the neck and shoulder muscles, fatigue and anxiety. The main sources of stress at work were carrying out various activities at the same time with high charge, excessive pressure, charge for doing more with minimal resource consuming, complex work execution and excessive load job. In the sources of tension related to the individual, the results pointed out that the managers take life in a very rush, can not get off work, have a day taken by a series of commitments, think or do one or two things at the same time and have the rest hours taken by the work. In the specific sources of tension of managerial work, the main results were: knowing the value of the quality of life and not practicing by the absorption by the work; situations of excessive tension inherent in human relations; not being able to question work overload by being a manager; reconcile innovation / autonomy and company norms.The indicators of possible impacts of stress on the work of managers who had the highest frequency were: difficulty to remember recent work events; important demotivation with work; signify closeness or distance on relationships; escape from work responsibilities. The regulation mechanisms most used by managers to deal with stressful situations were: to enjoy vacations regularly; cooperation between peers (co-workers); planned / guided physical exercise; rest regularly on holidays and weekends; are actions that minimize stress. The results of the inferential statistics showed that occupational stress does not suffer relative interference to: time of performance in the position, schooling and alcohol consumption. On the other hand, those managers who have health problems have, in a central tendency, greater occupational stress compared to those who do not have health problems. The results also indicated the existence of a significant correlation between: stress and tension sources of the individual, sources of stress at work and sources of stress specific to the work. The variable regulation mechanisms did not enter the model, indicating that, in multidimensional terms, it is not necessary for the prediction of occupational stress levels. Thus, Hypothesis 1 of this study was partially confirmed, since the proposed model did not have the variable regulatory mechanisms. The results also indicated that managers who presented higher levels of stress have, on average, higher scores of indicators of work impact, confirming Hypothesis 2 proposed by this study.
Keyword: Stress. Managers. Public hospital.
Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA
Linha de Pesquisa: Relações de Poder e Dinâmica das Organizações.
Problema de Pesquisa: “Quais são os níveis de estresse e suas manifestações em gestores de um hospital público?”
Banca Examinadora
Orientador: Prof. Dr. Luciano Zille Pereira
Prof. Dr. Antonio Luiz Marques – Docente
Prof. Dr. Reginaldo de Jesus Carvalho Lima – Participante Externo
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