Mestrando(a): RAMON SILVA PERES

Orientador(a): Prof. Dr. Luiz Carlos Honorio

Este estudo tem por objetivo geral analisar e descrever os fatores potencialmente causadores de estresse no trabalho de caixas bancários que atuam nos quatro principais bancos privados localizados na cidade de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, tendo em vista a abordagem de Cooper, Sloan e Williams (1988). Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagens quantitativa e qualitativa. Na pesquisa quantitativa foi aplicado um questionário, composto por escala intervalar de frequência tipo Likert de cinco pontos, fundamentado no modelo proposto por Cooper, Sloan e Williams (1988). Foram aplicados 227 questionários representando um alcance de 70,94% da população pesquisada, cujos dados foram submetidos a análise estatística uni e bivariada. Em relação às variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida, evidenciou-se que a maioria dos sujeitos de pesquisa é do sexo masculino, tem idade até 35 anos, é casada, não tem filhos, possui graduação completa, trabalha há mais de seis anos na instituição, cumpre um total de quarenta horas semanais, não trabalha aos finais de semana e feriados, não fuma e faz uso de bebida alcoólica variando de “às vezes” a “frequentemente”. Todas as categorias que representam os fatores de pressão no trabalho revelaram na etapa quantitativa alta pressão no trabalho dos caixas. Em relação aos sintomas físicos e mentais decorrentes da pressão no trabalho, evidenciou-se que os caixas sofrem com sintomas mais mentais do que físicos, uma vez que estes se apresentaram de forma leve. Entre os sintomas mentais, foram evidenciados o nervosismo acentuado, ansiedade e ímpetos de raiva. Dentre as estratégias de combate ao estresse ocupacional, os resultados obtidos mostraram que os caixas privilegiam discutir situações de dificuldades e tensão com colegas no trabalho, gozar férias regularmente e recorrer a hobbies e passatempos. Na etapa qualitativa, realizaram-se 10 entrevistas semiestruturadas, com um roteiro de questões definido de acordo com os resultados evidenciados pela etapa quantitativa de pesquisa. Nesta etapa, a partir da análise do conteúdo das entrevistas, emergiram subcategorias a partir das categorias do modelo teórico utilizado. Na categoria relacionada aos fatores intrínsecos ao trabalho emergiram as subcategorias: volume e ritmo excessivos de trabalho, descontinuidade de tarefas por interrupção no trabalho e novas tecnologias incorporadas ao trabalho. Na categoria papel gerencial, evidenciaram-se as subcategorias: compulsão e obsessão por resultados e falta de autonomia para a tomada de decisões. Na categoria inter-relacionamento emergiram as subcategorias: Disposição para atender as pessoas, situações de tensão relativas às relações humanas e Competitividade entre os pares. Na categoria desenvolvimento na carreira emergiram as subcategorias: cobrança para desenvolver novas habilidades, insegurança no emprego e falta de valorização no trabalho. Na categoria estrutura e clima organizacional, emergiram as subcategorias: estabelecimento de metas em excesso e quantidade insuficiente de funcionários. Na categoria interface casa e trabalho, emergiu a subcategoria relacionada à dificuldade em se desligar do trabalho. Os sintomas mentais mais recorrentes identificados nos depoimentos dos entrevistados foram: nervosismo acentuado e sensação de incompetência.

 

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Luiz Carlos Honorio

ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)

Prof. Dr. Antônio Luiz Marques

Faculdade Novos Horizontes

Prof.ª Dr.ª Zélia Miranda Kilimnik

FUMEC
Linha de Pesquisa: Relações de Poder e Dinâmica das Organizações

Área de concentração: Organização e estratégia

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