Título PSICODINÂMICA DO TRABALHO E A PANDEMIA COVID-19: estudo relacionado à saúde mental dos médicos que atuam no Estado de Minas Gerais
Autor: Jaqueline dos Santos Teles
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 28/10/2020
RESUMO: Este estudo teve por objetivo descrever e explicar a percepção do risco de adoecimento mental de médicos que atuam em serviços de saúde no estado de Minas Gerais, envolvendo a Pandemia COVID-19, tendo como referência a Psicodinâmica do Trabalho. Realizou-se a descrição e explicação das relações no contexto laboral, baseando-se nas referências conceituais que pautam o Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA) e à Escala de Estratégias de Defesa, revalidada para este estudo. Em termos teóricos, o estudo se ancorou na Psicodinâmica do Trabalho, com apresentação de modelo hipotético para o direcionamento do estudo. Em termos metodológicos, o tipo de pesquisa foi de natureza descritiva e explicativa, com abordagem quantitativa, por meio de survey. A população envolveu 54.393 médicos, com amostra calculada de 401 sujeitos. A análise dos dados se deu por meio da estatística descritiva e multivariada, envolvendo equações estruturais, realizada mediante a utilização do pacote estatístico SmartPLS (versão 3.3.2). Em relação aos resultados, os pesquisados, em média, foram classificados de forma crítica em relação à maioria dos construtos avaliados: organização do trabalho, condições de trabalho, relações sócioprofissionais, custo físico, custo afetivo, esgotamento profissional e dano físico e o construto custo cognitivo se manifestou de forma grave. Os construtos identificados como satisfatórios, suportáveis e positivos foram os seguintes: realização profissional, liberdade de expressão, reconhecimento pelo trabalho, dano psicológico, dano social e estratégias de defesa. As principais estratégias de enfrentamento utilizadas pelos médicos para combater o risco de adoecimento mental no trabalho estão relacionadas, principalmente, à utilização da experiência pessoal na solução de dificuldades no trabalho e à cooperação estabelecida entre os pares, minimizando assim, parte das tensões excessivas no contexto ocupacional. Ao relacionar os riscos de adoecimento com as variáveis demográficas e funcionais, hábitos de vida e saúde elencadas para o estudo, concluiu-se que os casados ou os que vivem com cônjuge percebem melhores condições de trabalho se comparados aos que têm outro estado civil. Os médicos que têm mais de 15 anos de trabalho apresentaram melhores relações sócioprofissionais, menor manifestação de custos físicos, custos afetivos, menor percepção de falta de reconhecimento e maior utilização das estratégias de defesa para o enfretamento das situações adversas, se comparados com os profissionais que possuem menor tempo de atuação na medicina. Por meio de equações estruturais, confirmaram-se as 19 hipóteses aventadas para este estudo, apresentadas por meio do modelo hipotético da pesquisa. Portanto, comprovou-se que a organização do trabalho, as condições de trabalho e as relações sócioprofissionais impactam positivamente o contexto de trabalho, e o contexto de trabalho impacta positivamente a saúde mental no trabalho. Comprovou-se também, que o custo físico, cognitivo e afetivo impacta positivamente o custo humano do trabalho e o custo humano impacta negativamente a saúde mental no trabalho. Também foi possível comprovar que a realização profissional e a liberdade de expressão impactam positivamente o prazer no trabalho e que esgotamento profissional e a falta de reconhecimento, impactam positivamente o sofrimento no trabalho. Comprovou-se também, que as experiências de prazer impactam positivamente a saúde mental no trabalho e as experiências de sofrimento impactam negativamente. Ainda por meio de equações estruturais, constatou-se que os danos físicos, psicológicos e sociais impactam positivamente os danos relacionados ao trabalho e que os danos relacionados ao trabalho impactam negativamente a saúde mental no trabalho. Por fim, contatou-se também que as estratégias de defesa impactam positivamente a saúde mental no trabalho dos médicos pesquisados.
Palavras-chave: Psicodinâmica do trabalho; Médicos; Riscos de adoecimento mental no trabalho; Pandemia COVID-19.
ABSTRACT: This study aimed to describe and explain the perception of the risk of mental illness of doctors who work in health services in the state of Minas Gerais, involving the pandemic COVID-19, having as a reference the psychodynamics of work. The description and explanation of the relationships in the work context was carried out based on the conceptual references that guide the Inventory on Work and Illness Risks (ITRA) and the Defense Strategies Scale, revalidated for this study. In theoretical terms, the study was anchored in the psychodynamics of work, with the presentation of a hypothetical model to guide the study. In methodological terms, the type of research was descriptive and explanatory, with a quantitative approach, through a survey. The researched population involved 54,393 doctors, with a calculated sample of 401 subjects. Data analysis was performed using descriptive and multivariate statistics, involving structural equations, performed using the SmartPLS statistical package (version 3.3.2). Regarding the results, those surveyed, on average, were critically classified in relation to most of the evaluated constructs: work organization, working conditions, socio-professional relationships, physical cost, affective cost, professional exhaustion and physical damage and the cost construct cognitive manifestation was severe. The constructs identified as satisfactory, bearable and positive were the following: professional achievement, freedom of expression, recognition for work, psychological damage, social damage and defense strategies. The main coping strategies used by doctors to combat the risk of mental illness at work are mainly related to the use of personal experience in solving difficulties at work and the cooperation established between peers, thus minimizing part of the excessive tensions in the context occupational. When relating the risks of illness with the demographic and functional variables, life and health habits listed for the study, it was concluded that married people or those living with a spouse perceive better working conditions compared to those who have another marital status. Doctors who have been working for more than 15 years had better socio-professional relationships; lesser manifestation of physical costs; affective costs; less perception of lack of recognition and greater use of defense strategies to cope with adverse situations, when compared to professionals who have had less experience in medicine. Through structural equations, the 19 hypotheses suggested for this study were confirmed, presented through the hypothetical model of the research. Therefore, it has been proven that work organization, working conditions and socio-professional relationships positively impact the work context, and the work context positively impacts mental health at work. It has also been proven that the physical, cognitive and affective cost positively impacts the human cost of work and the human cost negatively impacts mental health at work. It was also possible to prove that professional fulfillment and freedom of expression positively impact pleasure at work and that professional exhaustion and lack of recognition positively impact suffering at work. It has also been proven that pleasure experiences have a positive impact on mental health at work and suffering experiences have a negative impact. Still through structural equations, it was found that physical, psychological and social damage positively impact work-related damage and that work-related damage negatively impacts mental health at work. Finally, it was also found that defense strategies positively impact mental health at work.
Keywords: Psychodynamics of work; Doctors; Risks of mental illness at work; Pandemic COVID-19.
RESUMEN: Este estudio tuvo como objetivo describir y explicar la percepción del riesgo de enfermedad mental de los médicos que laboran en los servicios de salud del estado de Minas Gerais, involucrando la pandemia COVID-19, teniendo como referencia la psicodinámica del trabajo. La descripción y explicación de las relaciones en el contexto laboral se realizó a partir de las referencias conceptuales que orientan el Inventario de Riesgos Laborales y de Enfermedad (ITRA) y la Escala de Estrategias de Defensa, revalidadas para este estudio. En términos teóricos, el estudio estuvo anclado en la psicodinámica del trabajo, con la presentación de un modelo hipotético para orientar el estudio. En términos metodológicos, el tipo de investigación fue descriptiva y explicativa, con un enfoque cuantitativo, a través de una encuesta. La población investigada involucró a 54,393 médicos, con una muestra calculada de 401 sujetos. El análisis de los datos se realizó mediante estadística descriptiva y multivariante, con ecuaciones estructurales, realizada con el paquete estadístico SmartPLS (versión 3.3.2). En cuanto a los resultados, los encuestados, en promedio, fueron clasificados críticamente en relación con la mayoría de los constructos evaluados: organización del trabajo, condiciones de trabajo, relaciones socioprofesionales, costo físico, costo afectivo, agotamiento profesional y daño físico y el constructo costo. La manifestación cognitiva fue grave. Los constructos identificados como satisfactorios, soportables y positivos fueron los siguientes: logro profesional, libertad de expresión, reconocimiento al trabajo, daño psicológico, daño social y estrategias de defensa. Las principales estrategias de afrontamiento que utilizan los médicos para combatir el riesgo de enfermedad mental en el trabajo se relacionan principalmente con el uso de la experiencia personal en la resolución de dificultades laborales y la cooperación que se establece entre pares, minimizando así parte de las tensiones excesivas en el contexto. ocupacional. Al relacionar los riesgos de enfermedad con las variables demográficas y funcionales, hábitos de vida y de salud enumerados para el estudio, se concluyó que las personas casadas o que conviven con un cónyuge perciben mejores condiciones laborales en comparación con quienes tienen otro estado civil. Los médicos que han trabajado durante más de 15 años tuvieron mejores relaciones socioprofesionales; menor manifestación de costos físicos; costos afectivos; menor percepción de falta de reconocimiento y mayor uso de estrategias de defensa para afrontar situaciones adversas, en comparación con profesionales que han tenido menos experiencia en medicina. Mediante ecuaciones estructurales se confirmaron las 19 hipótesis sugeridas para este estudio, presentadas a través del modelo hipotético de la investigación. Por tanto, se ha comprobado que la organización del trabajo, las condiciones laborales y las relaciones socioprofesionales impactan positivamente en el contexto laboral, y el contexto laboral impacta positivamente en la salud mental en el trabajo. También se ha comprobado que el costo físico, cognitivo y afectivo impacta positivamente en el costo humano del trabajo y el costo humano impacta negativamente en la salud mental en el trabajo. También se pudo comprobar que la realización profesional y la libertad de expresión impactan positivamente el placer en el trabajo y que el agotamiento y la falta de reconocimiento profesional impactan positivamente en el sufrimiento en el trabajo. También se ha comprobado que las experiencias de placer tienen un impacto positivo en la salud mental en el trabajo y las experiencias de sufrimiento tienen un impacto negativo. Aún a través de ecuaciones estructurales, se encontró que el daño físico, psicológico y social impacta positivamente en el daño relacionado con el trabajo y que el daño relacionado con el trabajo impacta negativamente la salud mental en el trabajo. Finalmente, también se encontró que las estrategias de defensa impactan positivamente en la salud mental en el trabajo.
Palabras clave: Psicodinámica del trabajo; Doctores; Riesgos de enfermedad mental en el trabajo; Pandemia COVID-19.
Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA
Linha de Pesquisa: Relações de poder e Dinâmica das organizações.
Problema de Pesquisa: “Qual a percepção do risco de adoecimento mental dos médicos que atuam em serviços de saúde, considerando inclusive a pandemia COVID-19?”
Banca Examinadora
Prof. Dr. Luciano Zille Pereira – Orientador
Prof. Dr. Jair Nascimento Santos– Participante Externo
Prof. Dr. Antônio Luiz Marques – Participante Externo