Mestrando(a): PATRÍCIA MACIEL DE CASTRO
Orientador(a): VERA LÚCIA CANÇADO LIMA
Este estudo objetivou investigar qual a relação existente entre as fontes de prazer e sofrimento enfrentados pelos profissionais de Recursos Humanos (RH) frente as faces de RH e os paradoxos organizacionais. Foram utilizadas três perspectivas teóricas: os pressupostos teóricos da psicodinâmica do trabalho, preconizado por Dejours (1991, 1994, 1996), que estuda as relações entre a organização do trabalho e os sentidos atribuídos ao processo de subjetivação pelo trabalhador. Para análise da atuação dos profissionais de RH, adotou-se o modelo das quatro faces de RH, desenvolvido por Tanure, Evans e Pucik (2007), caracterizadas como a face do executor, construtor, parceiro de mudança e navegador. Para o entendimento dos paradoxos organizacionais presentes nas organizações modernas, tomou-se como referência Vasconcelos e Vasconcelos (2004). O conceito de paradoxos organizacionais está relacionado à representação que um individuo ou grupo constrói a partir da percepção de duas realidades opostas e aparentemente inconciliáveis. Para atingir o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa quantitativa e descritiva, com o levantamento de dados por meio da aplicação de questionários a profissionais de RH atuantes em empresas localizadas predominantemente em Belo Horizonte. Os resultados encontrados indicam que, apesar de o profissional de RH perceber algumas condições adversas, relacionadas à organização do trabalho, às relações sócio-profissionais e ao custo humano no trabalho, ele obtém prazer na profissão, advindo da liberdade de expressão e da realização profissional. Os resultados não indicam a percepção da existência de sofrimento no trabalho ou de danos causados à saúde, de forma geral. Existem, entretanto, situações potencialmente causadoras de sofrimento para o profissional de RH, que podem estar sendo minimizadas por estratégias de defesa. O resultado da avaliação da atuação dos profissionais de RH nas empresas pesquisadas indica a percepção de alta qualidade dos serviços prestados pelo RH, com a preponderância das faces do Construtor e do Parceiro de Mudança. A percepção do médio e baixo grau de dificuldade para lidar com os paradoxos organizacionais parece indicar que o profissional de RH ainda não tem consciência dessa nova demanda das organizações globais, bem como da necessidade da atuação como navegador. Os resultados ainda indicam que os profissionais de Recursos Humanos vivenciam tanto o prazer quanto o sofrimento em sua profissão. A vivência de prazer está correlacionada à face parceiro de mudança; e a vivência de sofrimento aos paradoxos integração corporativa x autonomia nas unidades de negócio e mudança na base x topo da empresa. Pôde-se concluir que a proposição é adequada: o prazer e sofrimento do profissional de RH é função do exercício das faces e do enfrentamento dos paradoxos.
Orientador(a): VERA LÚCIA CANÇADO LIMA
Professores Drs. da Banca:
Profª. Drª. Vera Lucia Cançado Lima. Orientadora (Faculdade Novos Horizontes)
Profª. Drª. Ester Eliane Jeunon. Convidado 1 (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Antonio Del Maestro Filho. Convidado 2 (CEPEAD/UFMG)
Mestrando(a): PATRÍCIA MACIEL DE CASTRO
Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações