Mestrando(a): CAMILA CARDOSO LOTTI

Orientador(a): Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia

Este estudo tem por objetivo geral analisar e descrever os fatores estressores nos farmacêuticos que atuam em drogarias localizadas na cidade de Belo Horizonte. Para tanto, o referencial teórico abordou o tema estresse ocupacional, principais conceitos e o modelo teórico adotado de Cooper, Sloan e Williams (1988). O método de investigação envolveu um survey. A pesquisa foi descritiva e com abordagens quantitativa e qualitativa, sendo realizada por meio do questionário, com escalas de frequência do tipo Likert, para avaliar fatores de pressão no trabalho, sintomas físicos e mentais, e estratégias de combate ao estresse ocupacional, cujas respostas de 138 farmacêuticos foram submetidas à análise estatística uni e bivariada; e entrevistas com 11 farmacêuticos, cujos dados foram analisados à luz da técnica de análise de conteúdo. Quanto às variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida, os resultados mais expressivos evidenciaram que os farmacêuticos são do sexo feminino, com idade abaixo de 35 anos, solteiros, sem filhos, com apenas graduação completa, que estão trabalhando há no máximo 5 anos na empresa, mais de 41 horas semanais, não fumantes e que bebem ocasionalmente. Em síntese, todos os fatores de estresse ocupacional avaliados apontaram uma pressão moderada no trabalho dos farmacêuticos pesquisados, com destaque para aqueles associados ao inter-relacionamento e à interface casa e trabalho. A pesquisa revelou que os sintomas mentais mais sentidos foram a ansiedade e o nervosismo acentuado, enquanto que as dores nos músculos do pescoço e ombros, dor de cabeça e fadiga foram apontados como os sintomas físicos mais sentidos pelos participantes. Quanto às estratégias de combate avaliadas na pesquisa, os farmacêuticos se utilizam mais da conversa com amigos, gozar de férias regularmente e planejar as atividades. Quanto à etapa qualitativa, a categoria dos fatores intrínsecos ao trabalho apresentou que os farmacêuticos possuem um grande volume de trabalho, carga horária excessiva, problemas gerados pela falta de disponibilidade integral aos clientes e interrupção de suas atividades. Na categoria do papel gerencial, o que mais incomoda aos farmacêuticos são a obsessão e compulsão da gerência por resultados. Na categoria relativa ao inter-relacionamento, destacaram-se as relações deterioradas entre farmacêutico e gerente, entre farmacêutico e cliente e o desgaste deste profissional ao lidar com pessoas desequilibradas. Na categoria relacionada ao desenvolvimento da carreira, sobressaíram a falta de um plano de carreira efetivo, a sua desvalorização e a segurança profissional. Na categoria estrutura e clima organizacional, revelou-se que a cultura da organização é um importante elemento de pressão. Na categoria interface casa/trabalho, destacou-se a dificuldade de se manter um equilíbrio entre a vida fora e dentro da empresa. Os sintomas físicos experimentados pelos entrevistados são dor muscular, dor de cabeça, dores nas pernas e fadiga. Os sintomas mentais que mais impactam estes farmacêuticos são ansiedade, depressão e nervosismo/irritabilidade. Na categoria relacionada à estratégia de defesa, observou-se que os farmacêuticos se desligam do ambiente de trabalho e fazem uso de atividades recreativas. Por último, a categoria violência no trabalho descreve que todos os entrevistados já sofreram violência verbal vinda de clientes, sendo que dois deles sofreram violência física dentro do seu local de trabalho

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Luiz Carlos Honório

ORIENTADOR (Faculdade Novos Horizontes)

Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia

Faculdade Novos Horizontes

Prof. Dr. Anderson de Souza Sant´Anna

PUC-MINAS
Linha de Pesquisa: Relações de Poder e Dinâmica das Organizações

Área de concentração: Organização e estratégia

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