Autor: CARLA JAQUELINE CAMPOS SILVA
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 09/02/2011
A diversificação e a modernização do sistema financeiro no Brasil proporcionaram mudanças significativas no sistema bancário, pois permitiram ao País adequar-se às tendências da economia global. Os bancos foram obrigados a conquistar novos clientes e a vender, de forma agressiva, seus produtos e serviços para atuarem em um mercado em que a concorrência é cada vez mais acirrada. Diante de um grande portfólio de produtos, uma clientela exigente, um sistema de automação de primeira linha e um quadro de funcionários reduzido, os trabalhadores do setor bancário se veem obrigados a trabalhar mais intensamente. Nesta dissertação, analisa-se a dinâmica das relações de poder que permeiam as práticas cotidianas, tal como percebido por profissionais de agências bancárias de uma instituição financeira de grande porte localizada na região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Procedeu-se a uma pesquisa de campo de caráter exploratório-descritivo, por meio de entrevistas semiestruturadas com 18 funcionários que atuam nos setores de caixa e gerência destas agências. O enfoque desta pesquisa pode ser classificado essencialmente como qualitativo, tendo em vista que procurou-se elucidar as situações e os fatos descritos pelos funcionários entrevistados. Com relação ao tratamento dos dados, as entrevistas foram analisadas à luz das técnicas de análise de conteúdo, comumente usadas em pesquisas de natureza qualitativa. Os resultados apontaram que o banco, com base em seu processo de seleção, de admissão e de treinamento, desenvolve um sistema de controle para domesticar, vigiar e engendrar o indivíduo ao ideário da organização. O banco trabalha com sistemas de metas cujo cumprimento está relacionado a futuras promoções e à permanência do funcionário na empresa. Por meio de um processo incessante de motivação, premiação e punição, o banco constrói um trabalhador dócil, capaz de submeter-se sem conflitos ao processo de moralização e exploração para o trabalho proposto. Por meio de suas redes sociais de manipulação e controle, o banco elimina os comportamentos desviantes, no intuito de manter a eficácia do seu sistema de dominação e exploração. Neste contexto, os funcionários se veem forçados a maximizar sua força de trabalho, submetendo-se ao poder disciplinar que é imposto pelo banco para atingir seu objetivo: ter lucro.
Área de Concentração: ORGANIZAÇÃO E ESTRATÉGIA
Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações
Banca Examinadora
Prof.ª Dr.ª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo – Orientador
Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia – Docente
Prof. Dr. Antônio Luiz Marques – Participante externo
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