Mestrando(a): NEREIDA MARIA GUABIROBA COELHO DE BARROS

Orientador(a): LUIZ CARLOS HONORIO

Baseado nas premissas teóricas da Psicodinâmica do Trabalho, esta pesquisa tem por objetivo analisar os riscos de adoecimento no trabalho de médicos e enfermeiros que atendem emergência em um hospital público mato-grossense. Para tanto, utilizou-se uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, utilizando um estudo de caso. Participaram da pesquisa cinco médicos e seis enfermeiros. Os participantes da pesquisa responderam a uma entrevista com roteiro semiestruturado, elaborado com base no Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA) desenvolvido por Ferreira e Mendes (2003). Os dados obtidos foram submetidos à Análise dos Núcleos de Sentido (ANS), técnica adaptada a partir da Análise de Conteúdo categorial, desenvolvida por Bardin (1977). Os núcleos de sentido gerados pelas falas dos entrevistados foram submetidos às categorias de análise correspondentes aos objetivos da pesquisa, definidos previamente, de acordo com as quatro dimensões do ITRA (Contexto de Trabalho, Custos Humanos do Trabalho, Sentidos do Trabalho e Danos do Trabalho) e as estratégias de enfrentamento ao sofrimento no trabalho. Os resultados apontam para os riscos de adoecimento no trabalho, decorrentes da precarização das condições laborais, da sobrecarga de trabalho, do ritmo exaustivo, consequência do aumento da demanda, da superlotação das unidades de emergência, da crescente violência urbana, da má estruturação do sistema de saúde, do número insuficiente de profissionais e dos baixos salários. As relações socioprofissionais encontram-se enfraquecidas por disputas, e pela falta de integração que dificultam o enfrentamento do sofrimento característico deste serviço, marcado pela doença, pela dor e pela morte. A urgência e a imprevisibilidade dos casos deixam os profissionais em estado de tensão permanente. Já, as vivências de prazer, são experimentadas pela oportunidade de salvar vidas e contribuir para a melhoria da saúde da população. As estratégias para amenizar ou transformar o sofrimento em prazer são adotadas individualmente pelos profissionais, mostrando-se insuficientes para promover mudanças na organização do trabalho, favorecendo a adaptação dos profissionais a situações patogênicas. Assim, permanece a pressão e a rigidez organizacional.

Orientador(a): LUIZ CARLOS HONORIO

Professores Drs. da Banca:

Prof. Dr. Luiz Carlos Honório (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia (Faculdade Novos Horizontes)
Profª Drª Simone Costa Nunes (PUC MINAS)

Mestrando(a): NEREIDA MARIA GUABIROBA COELHO DE BARROS

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

Baixar arquivo: NEREIDA MARIA GOMES CEOLHO BARROS