Mestrando(a): LUCIANA FAGUNDES DA SILVEIRA
Orientador(a): FERNANDO COUTINHO GARCIA
Este trabalho caracteriza-se como um estudo de caso descritivo, realizado com o propósito de compreender a influência da cultura nacional, no ambiente organizacional, a partir do processo de aquisição de uma empresa brasileira do ramo farmacêutico por uma multinacional dinamarquesa do mesmo ramo. Buscou-se também compreender o processo de integração empreendido pela multinacional e revelar em que medida as atuais práticas e valores da empresa escandinava são partilhados e vivenciados pelos empregados. Com vistas a responder a essas inquietações, a pesquisadora explorou no referencial teórico conceitos como: cultura organizacional, cultura nacional e integração cultural, trabalhando, respectivamente, com estudos baseados em Edgar Schein (1991) e com autores como Hofstede (2003) e Barros (2001, 2003). Principal norteador deste trabalho, Hofstede construiu um modelo teórico que permite aos pesquisadores refletirem sobre as influências de uma dada sociedade no contexto das organizações, a partir de cinco dimensões, que são delineadas numa escala bipolar de 0 a 100. Teoricamente, este estudo constatou que as duas nações estudadas, Dinamarca e Brasil, estão em lados opostos na escala de Hofstede. Após compreender o espaço de cada uma dessas nações no que concerne às dimensões coletivismo versus Individualismo; distância hierárquica (pequena ou grande); controle da incerteza (baixo ou elevado); feminilidade versus masculinidade; orientação a longo prazo versus orientação a curto prazo, tornou-se possível investigar na prática o que imperava na Novo Nordisk: se as dimensões da cultura brasileira e ou da cultura escandinava. Tal investigaçãoo foi conduzida a partir da aplicação de 167 questionários aos atuais trabalhadores da multinacional, que está localizada, em uma cidade-polo, no norte de Minas Gerais. A análise estatística revelou uma expressiva influência da cultura brasileira neste ambiente administrativo, apesar do alto nível de normatização e socialização dos princípios de gestão da empresa escandinava. Mas cabe enfatizar que a pesquisa revelou também brasileiros mais assertivos, mais pontuais e menos sincrônicos, ou seja, mais alinhados com os princípios da cultura dinamarquesa. Além da escala de Coleta e Coleta (2005) que permitiu uma reflexão acerca das influências da cultura brasileira na dinâmica administrativa, os mesmos 167 empregados responderam a outra escala, de Ferreira et al. (2002), cuja análise permitiu descrever a cultura organizacional. Com vistas a explicitar também o processo de integração cultural e aprofundar a leitura desse ambiente organizacional foi feita uma série de entrevistas semiestruturadas, com ex-trabalhadores da empresa nacional e com os atuais gestores da multinacional.
Orientador(a): FERNANDO COUTINHO GARCIA
Professores Drs. da Banca:
Prof. Dr. FERNANDO COUTINHO GARCIA. Orientador (Faculdade Novos Horizontes)
Profª. Drª. VERA LÚCIA CANÇADO LIMA. Convidado 1 (Faculdade Novos Horizontes)
Profª. Drª. BETÂNIA TANURE. Convidado 2 (PUC MINAS)
Mestrando(a): LUCIANA FAGUNDES DA SILVEIRA
Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações