Mestrando(a): ELISSON ALBERTO TAVARES ARAÚJO

Orientador(a): MARCO ANTÔNIO DE CAMARGOS

Os investimentos de longo prazo implementados por companhias são considerados de vital importância para que possam gerar retornos positivos aos seus acionistas, e são apontados como molas propulsoras da economia de um país, sobretudo, o investimento privado. Além disso, podem ser considerados um indicador do nível ou tendência de crescimento dessas economias. Partindo-se dessa perspectiva, o objetivo deste artigo foi identificar a influência da implementação de decisões de investimento em companhias brasileiras de capital aberto com ações negociadas na BM&FBovespa, entre janeiro de 1995 e junho de 2010, sobre seu desempenho econômico-financeiro e a criação de valor para os acionistas. Como proxies de decisão de investimento foram utilizadas três métricas: Variação do Ativo Permanente (VAP), Variação do Ativo Imobilizado (VIMOB) e Variação do Subgrupo Investimentos (VINV), com base nas quais, foram constituídas três amostras, compostas por 75, 73 e 73 empresas, respectivamente. O trimestre de realização desses investimentos foi tomado como referência para se comparar as médias agregadas (todas as empresas das amostras) dos oito trimestres anteriores com os posteriores, visando verificar a possível ocorrência de alterações. Para avaliar a significância estatística das médias, aplicou-se o Wilcoxon Signed Rank Test. Essas amostras foram analisadas, separadamente, tanto por meio das métricas de desempenho econômico-financeiro: variação do Earning Before Interest and Taxes (?EBIT), Margem Bruta (MB), Margem Líquida (ML), Retorno sobre o Ativo (ROA), Retorno sobre o Investimento (ROI) e Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), quanto por meio das métricas de criação de valor: Retorno Anormal (RA), Índice Market-to-Book (M/B) e o Q de Tobin (QT). Sugeriu-se que, após a implantação do investimento, os investimentos fixos sinalizaram melhora nas operações, mas piora na rentabilidade. Já os investimentos não operacionais (principalmente devido àqueles em subsidiárias) acusaram aumento na rentabilidade. Quanto à criação de valor, foram obtidas evidências de seu aumento. Concluiu-se que não foi possível afirmar que a execução dos investimentos tenha acarretado efeitos positivos no desempenho econômico-financeiro das companhias investigadas, porém as evidências estatísticas revelaram que, possivelmente, tal evento provocou melhora na criação de valor por meio da maximização do valor de mercado das empresas, aumentando a riqueza dos acionistas. Possíveis razões levantadas para a piora de desempenho seriam as elevadas taxas de juros praticadas pelo mercado em parte do período, o que geraria redução no retorno das companhias. Outras questões seriam a assimetria informacional e os conflitos de agência, teorias segundo as quais os gestores, por terem informações privilegiadas sobre a expectativa futura de retorno dos investimentos e do funcionamento do negócio, poderiam efetuar investimentos tendo em vista seu próprio benefício em detrimento dos interesses dos acionistas, frente ao estágio inicial em que se encontra a implantação e a real valorização dos mecanismos de governança corporativa por parte das empresas pesquisadas. Por outro lado, o aumento na criação de valor pode ter sido favorecido pelo melhor desempenho do mercado de capitais brasileiro nos últimos anos, o que tende a refletir nas companhias que participam desse mercado.

Orientador(a): MARCO ANTÔNIO DE CAMARGOS

Professores Drs. da Banca:

Prof. Dr. Marcos Antonio de Camargos. Orientador (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Alfredo Alves de Oliveira Melo. Convidado 1 (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Wendel Alex Castro Silva. Convidado 2 (Faculdade Novos Horizontes)
Prof. Dr. Alexandre Teixeira Dias. Convidado 3 (FUMEC)
Mestrando(a): ELISSON ALBERTO TAVARES ARAÚJO

Linha de Pesquisa: Tecnologia de gestão e competitividade

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