Mestrando(a): MÍRIAM CÂNDIDA SILVA E DIAS

Orientador(a): VERA LÚCIA CANÇADO LIMA

Este estudo teve como objetivo investigar a percepção dos terapeutas ocupacionais sobre o sofrimento/prazer decorrente do exercício de sua profissão, em instituições hospitalares do município de Belo Horizonte. Teve como sustentação teórica os conceitos da Psicodinâmica do Trabalho. O trabalho tem um caráter construtor na vida do homem, sendo visto de forma ambígua: como eixo construtor do ser humano e como fator gerador de adoecimento, podendo ser fonte de sofrimento e/ou prazer. O sofrimento e o prazer decorrentes do trabalho são frutos da história individual do trabalhador e de sua relação com a organização do trabalho. O sofrimento surge quando o trabalho é concebido de maneira rígida, sem levar em consideração a relação homem/trabalho, podendo gerar esgotamento e falta de realização profissional. Já o prazer é decorrente da organização do trabalho na qual se consideram as características e individualidade do trabalhador, tornando-o mais ativo, reflexivo e propiciando reconhecimento pelo trabalho desenvolvido. Sob a perspectiva de sofrimento e prazer no trabalho, foram investigados os contextos de trabalho, as exigências decorrentes desse contexto, as vivências positivas e negativas, bem como os problemas físicos, psicológicos e sociais, causados pelo trabalho. Desenvolveu-se uma pesquisa de campo, de natureza descritiva, de caráter quantitativo e qualitativo. Os dados quantitativos foram levantados por meio do Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento – ITRA, respondido por 48 terapeutas ocupacionais, distribuídos em 19 hospitais do município. Os dados qualitativos foram coletados em entrevistas individuais com 13 profissionais de nove hospitais. A análise estatística descritiva e analítica dos dados quantitativos foi desenvolvida por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences – SPSS. As informações coletadas nas entrevistas foram organizadas de acordo com as categorias propostas pelo ITRA, confrontadas com os dados quantitativos e com o referencial teórico de maneira a construir uma explanação sobre o fenômeno estudado. Os resultados indicam o reconhecimento tanto como fonte de prazer e como de sofrimento. Os terapeutas ocupacionais apontam em seus discursos três fatores principais como geradores de sofrimento no exercício de sua profissão: a falta de reconhecimento da Terapia Ocupacional demonstrada por parte principalmente de alguns colegas da área da saúde, a baixa remuneração e a dificuldade em lidar com alguns aspectos da clínica, tais como doenças degenerativas e condições clínicas crônicas, sem perspectiva de melhora. Já o prazer advém do reconhecimento do trabalho em si, dos resultados da atuação clínica, na relação entre o profissional, pacientes e familiares. Pode-se concluir que esta pesquisa contribuiu para verificação da adequação da escala ITRA e possibilitou um melhor entendimento sobre a profissão do terapeuta ocupacional, reforçando a abordagem teórica existente sobre o prazer-sofrimento.

Orientador(a): VERA LÚCIA CANÇADO LIMA

Professores Drs. da Banca:

Profª. Drª. Vera Lucia Cançado Lima. Orientadora (Faculdade Novos Horizontes)
Profª. Drª. Kely César Martins de Paiva. Convidado 1 (Faculdade Novos Horizontes)
Profª. Drª. Rosana Ferreira Sampaio. Convidado 2 (UFMG)
Mestrando(a): MÍRIAM CÂNDIDA SILVA E DIAS

Linha de Pesquisa: Relações de poder e dinâmica das organizações

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